Industrialização é foco de cooperativa do interior do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (12/5) – O cooperativismo fluminense continua dando provas de seu crescimento. A Cooperativa de Laticínios de Conceição de Macabu (CLCM) inaugurou, no último dia 6/5, uma nova área de industrialização. A expansão receberá novos equipamentos e aumentará a área de produção. No local, serão produzidos requeijão e a tradicional manteiga de Macabu, a mais conceituada da região.
Atualmente, com 260 sócios ativos, a Cooperativa funciona desde 1942 e é uma das mais antigas em operação no estado. Desde sua fundação, maior parte do leite coletado era destinada a outras indústrias, como a Cecil, nos anos 50, a CCPL, a partir de 1960, até outras empresas recentemente. Com a expansão, a expectativa é de que a cooperativa passe a processar 100% do leite captado, o que dá estabilidade para mais de 200 famílias de produtores que vivem exclusivamente da atividade.
A decisão de industrializar toda sua produção foi tomada recentemente. Hoje em dia, todo o leite coletado fica em Macabu. Por isso, foi necessário adquirir novas máquinas e ampliar a área de produção. O novo espaço contém 120 m², todo revestido em painéis isotérmicos, sendo 60m² de câmaras frias e o restante em área de produção climatizada.
Foram investidos R$ 4,9 milhões na modernização, ampliação e aquisição de equipamentos e caminhões graneleiros para a unidade de produção, onde atualmente, é beneficiada toda a linha de produtos, como requeijão, doce de leite, manteiga, iogurte e queijo. Anteriormente, parte dela tinha que ser enviado para outras indústrias lácteas, que realizavam o processamento.
Os investimentos partiram do Programa Rio Leite, da secretaria estadual de Agricultura. As novas instalações também vão ampliar a captação diária de leite, de 18 mil litros para 35 mil litros. O secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, informou que a verba foi proveniente de recursos de créditos retidos de ICMS, através do Programa Rio Leite, da secretaria estadual de Agricultura.
“O setor sempre viveu momentos de alegrias e angústias ao longo dos anos. Todas as vezes que essa cadeia produtiva esteve sob ameaça, estivemos ao lado dos produtores, como foi no caso da Parmalat, em 2004. Hoje, quando o cenário econômico apresenta dificuldades, é muito importante que essa indústria esteja estruturada e fortalecida para retomar seu crescimento” frisou Christino Áureo.
Para Geraldo Machado, presidente da Cooperativa, essa nova fase é fruto da união de vários programas setoriais do governo do estado para o fomento da atividade leiteira. “Em 2010, iniciamos com a Emater-Rio um trabalho voltado para o melhoramento da qualidade do leite. A partir daí, fomos conciliando os benefícios oferecidos pelos programas Rio Genética, Rio Leite e Rio Rural para incentivar nossos associados. O leite de qualidade que chega a cooperativa é obtido de uma vaca de grande potencial genético, adquirida por meio do Programa Rio Genética, está numa propriedade com água de qualidade, porque tem saneamento e nascente protegida pelo Rio Rural. Este animal se alimenta em sistema de pastoreio rotacionado, também implantado pelo Rio Rural, e tem seu leite armazenado em tanque de expansão comunitário doado pelo Rio Leite. Finalizando o beneficiamento do leite acontece em um laticínio reestruturado com investimentos do programa” concluiu Machado.
Segundo o presidente do Sistema OCB/RJ, Marcos Diaz, o crescimento exponencial da cooperativa CLCM é fruto de um resultado que vem sendo cultivado pelo movimento cooperativista fluminense.
“Trabalhamos para o crescimento das cooperativas em todo o Estado do Rio de Janeiro. As visitas, os programas de gestão, a parceria com órgãos governamentais, como a que temos com a Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (Seapec), e a aproximação com todos os associados são fundamentais para manter o cooperativismo em ritmo crescente não só no Rio, como em todo o país. Acreditamos nesse modelo econômico, pois é bom para todos e promove o desenvolvimento das pessoas, das cidades e, principalmente, replacea com as desigualdades”, comentou. (Fonte: Assimp Sistema OCB/RJ)