Mapa debate com setor produtivo na Ocepar

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O diretor de assuntos comerciais da Secretaria de Relações Internacionais do ministério da Agricultura, Benedito Rosa do Espírito Santo, e o conselheiro do ministério das Relações Exteriores, Francisco Canabrava, estiveram reunidos com representantes do setor produtivo do Paraná, nesta terça-feira (25/01), na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba, para discutir as demandas do agronegócio paranaense e as oportunidades para o cooperativismo num eventual acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Participaram do encontro, membros da Ocepar, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Secretarias Estaduais da Agricultura e Indústria e Comércio, Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), DFA, cooperativas e agroindústrias.

Exercício - "Foi uma reunião muito proveitosa. É o tipo de exercício que é útil para os dois lados. Para mim, foi a oportunidade de explicar como está a situação atual das negociações entre o Mercosul e a União Europeia, a importância dessas negociações e os desafios que estão envolvidos. Por outro lado, como participante das negociações, foi importante ouvir quais são as preocupações do setor produtivo paranaense, que é responsável pela geração de emprego e de renda e que tem um peso muito importante nas exportações", avaliou o conselheiro Francisco Canabrava. De acordo com ele, a conclusão das negociações entre os dois blocos resultará em um dos maiores acordos comerciais do mundo.

Antecedentes - Canabrava lembrou que o Mercosul e a União Europeia começaram a negociar um acordo comercial em 1999, com um avanço significativo até 2004. A partir daí, o processo ficou estagnado. Os dois blocos voltaram às negociações em julho de 2010 e podem conclui-las nesse ano. "Entre os dias 15 e 20 de fevereiro, os países do Mercosul vão ser reunir em Assunção, no Paraguai, para chegar a uma conclusão. Depois, entre os dias 14 e 18 de março, os dois blocos se reúnem em Bruxelas para fazer intercâmbio oral de ofertas. O troca formal de um documento sobre o acordo deve ocorrer entre o final do mês de março e início de abril", acrescentou ele.

Dedicação - Canabrava acredita que o acordo deverá ser selado mediante equilíbrio de ofertas e concessões de ambas as partes. "O Brasil e os sócios do Mercosul  estão dedicados de uma maneira muito séria nessas negociações. O importante é que, para que saia um acordo, ele deve ser equilibrado, realista e levar em conta as diferenças de tamanho, ou seja, as assimetrias que existem dos dois lados. O Mercosul, o Brasil em particular, é um grande exportador agrícola, mas nós temos também outras áreas que nós temos que assegurar que não vão ser prejudicadas, como a área industrial, por exemplo, que também é muito importante. Por isso, será necessário cautela para que possamos ter certeza  de que os setores brasileiros envolvidos não sairão prejudicados", disse Canabrava.

Dificuldade - Segundo o conselheiro, atualmente persiste a mesma dificuldade encontrada em 2004, quando as negociações foram interrompidas. "A União Europeia tem demandas muito altas, tem pedidos em diversas áreas que não são as áreas envolvendo exportações e importações. Ela pede também acordos que alteram a nossa legislação em áreas importantes como propriedade intelectual, investimentos, serviços. Tudo isso envolve um esforço muito grande do Mercosul e não envolve um esforço tão grande por parte da União Europeia. Isso tem muito a ver com o fato de tentarmos chegar a um acordo equilibrado. Que a União Europeia possa ter acesso ao mercado do Mercosul mas que o Mercosul  também possa ter acesso ao mercado da União Europeia sem que isso represente um ônus tão pesado da parte do Mercosul", acrescentou.

Prioridades - Para o diretor de assuntos comerciais da Secretaria de Relações Internacionais do ministério da Agricultura, Benedito Rosa do Espírito Santo, é preciso ter clareza sobre os termos que serão negociados no acordo, por isso, foi fundamental  as manifestações do setor. "Essa reunião foi importante para fazermos uma avaliação sobre quais os produtos que, não só o Paraná, a região Sul, mas o agronegócio brasileiro, entende que devemos priorizar para efeito de ganhar espaços na União Europeia e, no caso específico, melhorando as condições de acesso através de redução tarifária e regras mais flexíveis num eventual acordo de livre comércio", disse.

Ganho - De acordo com ele, a agricultura e o cooperativismo podem ganhar muito com a concretização das negociações entre o Mercosul e a União Europeia. "A União Europeia importa US$ 100 bilhões por ano em produtos agrícolas de diversos países do mundo, inclusive do Brasil, e o que nós queremos é au"

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