Mapa propõem medidas para cafeicultura

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O Ministério da Agricultura vai propor oito medidas para a cafeicultura, as quais serão avaliadas durante reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), que deve ocorrer até o fim da semana que vem. A informação foi divulgada pelo ministro Reinhold Stephanes, ao sair do
Ministério da Fazenda, onde esteve reunido com o ministro interino, Nelson Machado, e com técnicos das duas Pastas.
 
O ministro detalhou aos jornalista quatro das oito propostas que serão encaminhadas ao CMN. Juntas, elas somam pelo menos R$ 1,7 bilhão para o setor. A primeira medida é a aquisição de 7 milhões de sacas de café até o ano que vem. De acordo com o ministro, o governo utilizará o preço mínimo de R$ 261,69 a saca de 60 kg (café arábica) como referência para pagar o produto. Stephanes explicou que parte da aquisição será direta, sem opção de recompra, e que outra parte será por meio de compensação de dívida em produto.
 
Os recursos utilizados para esta finalidade serão do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e do Tesouro Nacional. O governo vai comprar café tipo 6, bebida dura. Além disso, o governo também vai adquirir café duro, tipo 7; café riado, tipo 7; e o rio, tipo 7, todos com deságio.
 
Stephanes também anunciou que o CMN examinará proposta de pagamento de dívidas que estão vencendo, por meio do preço mínimo, o que, segundo ele, será uma vantagem para o produtor. O valor total da dívida está estimado entre R$ 500 milhões e R$ 800 milhões, segundo o ministério. Os recursos para essa operação virão só do Funcafé. "Com essas medidas, o governo espera obter melhora de preço e retirada de café do mercado para ampliar seus estoques", explicou.
 
A terceira medida explicada pelo ministro é a criação de uma linha de crédito de R$ 100 milhões, com recursos do Funcafé, voltada para cooperativas de crédito renegociarem dívidas. O valor liberado será de
até R$ 200 mil por produtor, que terá prazo de 4 anos para efetuar pagamento, com juros de 6,75% ao ano.
 
A quarta e última medida é mais uma linha de R$ 100 milhões para renegociar prazo para pagamento das Cédulas de Produto Rural (CPRs). Também essa linha será de 4 anos para pagar, com juros de 6,75% ao ano. Este financiamento, segundo o ministro, é uma reativação de uma linha que já existia no ano passado e que, segundo o ministério, terá "bastante adesão" porque há "muitos cafeicultores que se enquadram  nessa situação".
 
Também presente à reunião, o secretário de Produção e Agroenergia, Manoel Bertone, mostrou pouco otimismo em relação à nova estimativa de safra de café, que deverá ser apresentada na Terça-feira (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "A colheita pode ser inferior às previsões", declarou. Em junho, a Conab projetou a safra de café em 39,1 milhões de sacas. Ele atribui sua expectativa às fortes chuvas que ocorreram nas regiões produtoras, que prejudicam a qualidade do grãos.
 
Segundo ele, como custa caro "bater folha", ou seja, separar as folhas do cafezal dos grãos de café que caíram no chão, em função das chuvas, a colheita deve ser prejudicada. Além disso, de acordo com Bertone, tudo indica que os tratos às lavouras não estão sendo totalmente feito pelo produtor.(Fonte: Canal Rural)

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