Novas regras de classificação da qualidade do trigo entram em vigor em 2011

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O governo federal deve publicar, em três meses, uma Instrução Normativa (IN) com mudanças na classificação do trigo, em substituição à IN nº 7, de 15 de agosto de 2001. De acordo com o gerente técnico e econômico do Sistema Ocepar, Flávio Turra, as novas regras foram elaboradas a partir do resultado da consulta pública sobre a portaria 91, realizada entre os dias 1º de março e 1º de abril deste ano.

"Embora a publicação da nova IN esteja prevista para julho, ela entrará em vigor somente a partir de 1º de julho de 2011, quando inicia o período de comercialização da próxima safra. Ou seja, para a safra 2010 ainda está valendo o que prevê a IN nº 7", ressalta Turra. Na avaliação do gerente da Ocepar, a nova IN representa um avanço. "Ela é mais exigente que a IN nº 7 quanto ao padrão, porém, em relação ao que foi colocado em consulta pública, está mais próxima da realidade brasileira relacionada à produção do trigo", afirmou.

Novidades - Ainda de acordo com Turra, uma das novidades da nova IN é que o trigo será enquadrado em dois padrões, divididos em grupo 1 e grupo 2. "O primeiro se refere ao trigo destinado diretamente ao consumo humano. Já o grupo 2, é para o cereal destinado à moagem e outros usos industriais, que deverá absorver a maior quantidade de trigo", esclarece. As classes definidas para o grupo 2 são: melhorador, pão, doméstico e básico, sendo que o primeiro representa a matéria-prima de qualidade superior e assim sucessivamente. Atualmente, a classificação do trigo é enquadrada nas classes: melhorador, pão e brando. "A ideia do governo com essa iniciativa é oferecer uma remuneração mais atraente para o trigo de melhor qualidade", completou.

Paraná -  Em 2008, quando o Paraná colheu uma de suas melhores safras de trigo - 3,1 milhões de toneladas, as cooperativas agropecuárias do Paraná receberam 44% de trigo classe pão; 41% brando, 1%  melhorador e o restante foi destinado a outros usos. O setor cooperativista é responsável pelo recebimento de cerca de 70% da produção do Estado. Já na safra 2009, quando os triticultores paranaenses colheram 2,5 milhões de toneladas, as cooperativas receberam 43% do cereal classe pão e 11% brando, o restante de outras classes. O excesso de chuvas no momento da colheita afetou a qualidade do cereal. Para a safra 2010, que já começou a ser semeada no Paraná, a expectativa, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, é de que a área cultivada reduza em 12%, atingindo 1 milhão, 150 mil hectares. "Se tudo correr normalmente, deveremos colher o mesmo volume de 2008, ou seja, 3,1 milhões de toneladas", afirma Flávio Turra.

A redução no plantio deve ocorrer porque a cultura sofre com falta de liquidez. "Os preços pagos ao produtor estão girando em torno de R$ 24,00 a saca, a média, sendo que o preço mínimo estipulado pelo governo federal é de R$ 31,80 para o trigo classe pão, tipo 1. Atualmente ainda restam 500 mil toneladas de trigo da safra 2009 para serem comercializadas no Paraná", completou o gerente da Ocepar. (Fonte: Ocepar)
 

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