OCB participa de audiência pública sobre gripe aviária

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O representante da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Sadi Marcolin, gerente de Avicultura da Cooperativa Central Oeste Catarinense (Aurora), apresentou quatro propostas de interesse do sistema cooperativista, na audiência pública para prevenção da influenza aviária no Brasil, realizada nesta terça-feira (09/06), na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). São elas: a regionalização da defesa sanitária, criação da linha de crédito para investimento para adequação dos aviários a juro de 3% ao ano para pagamento em oito anos; ampliar a estrutura de negociadores internacionais brasileiros nas questões de defesa sanitária e adequação da rede laboratorial para monitoramento na prevenção da doença.

Segundo ele, a regionalização da defesa sanitária proposta pela OCB deve ser realizada de modo que cada Estado disponha de um sistema de controle sanitário compatível com existente em âmbito federal. Outro aspecto enfatizado pelo representante da OCB refere-se ao Programa de Georeferenciamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que deveria ser definido para adoção em todo o País.

Por sua vez, ministro da Saúde, José Agenor Alvarez, informou que o piloto da vacina contra a gripe aviária em humanos, a cargo do Instituto Butantã de São Paulo, começa a ser fabricado em julho e que o governo federal já repassou R$ 33,2 milhões para essa finalidade. Outras providências do governo citadas pelo ministro são: o fortalecimento da vigilância epidemiológica nos estados e municípios; o provimento das necessidades na área assistencial, como leitos hospitalares, UTIs e medicamentos; e planejamento em comunicação para divulgar informações sobre a doença. Alvarez informou, também, que até o dia 13 de junho o Brasil terá um plano de contingência de atuação de todos os aeroportos do País, no caso de uma eventual epidemia. Entre 2003 e 2006, foram confirmados no mundo 224 casos humanos de gripe aviária, com 127 óbitos.

Também presente à audiência, o coordenador do Programa Nacional de Sanidade Avícola da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, Marcelo de Andrade Mota, informou que o governo está fazendo a atualização cadastral da avicultura brasileira, para evitar uma epidemia. O objetivo, conforme Mota, é identificar todos os avicultores e mapear pontos de risco e os locais onde as ações sanitárias precisariam ser executadas. O coordenador disse, ainda, que o Brasil não tem pontos de reprodução de aves migratórias e que esses animais apenas passam pelo território nacional.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (ABEF), Ricardo Gonçalves, participou da audiência e falou sobre a queda nas exportações de carne de frango, devido à gripe aviária: entre janeiro e maio de 2006, as vendas foram de U$ 1 bilhão (R$ 2,26 bilhões), contra US$ 1,7 bilhão (R$ 3,8 bilhões) no mesmo período do ano passado. Gonçalves disse, ainda, que os preços da carne de frango pararam de cair nos últimos meses – o quilo foi negociado a US$ 1,03, em abril, e a US$ 1,04, em maio – e que o impacto econômico e social no Brasil de uma possível epidemia é estimado em R$ 20 bilhões no setor avícola e em outros relacionados, como o de milho.

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