Parlamentares pedem tratamento diferenciado para o trigo
O documento, que é assinado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), presidente da CAPADR, leva também a assinatura dos deputados Valdir Colatto (PMDB-SC), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, e Odacir Zonta (PP-SC), presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). Nele, os parlamentares propõem ainda que este novo Plano Safra contemple medidas de política agrícola para sustentar a renda do produtor, "mais do que aprovar normas de crédito rural como tem sido a orientação dos planos safras anteriores".
A justificativa para as solicitações dos parlamentares baseia-se na peculiaridade da atividade trigo ser uma cultura de inverno e também na sua importância social, econômica e na alimentação da população brasileira. Os parlamentares lembram ainda ao ministro Guido Mantega que no primeiro semestre do ano passado foi promovida uma Audiência Pública pela Comissão de Agricultura que resultou num documento intitulado "Carta do Trigo", onde constam as sugestões para o Brasil alcançar a auto-suficiência do produto. Na ocasião, diversos segmentos ligados ao agronegócio manifestaram sua preocupação quanto à insegurança no abastecimento interno e a pouca atenção dedicada à produção nacional. Lamentavelmente, as questões conjunturais levantadas na Audiência, acontecem hoje: o País enfrenta dificuldade de suprimento no trigo; os preços do produto ao consumidor estão elevados; os argentinos romperam o acordo, suspenderam o fornecimento de trigo e, posteriormente, taxaram as exportações do trigo em grão para o Brasil em 28%.
Enquanto isso, estima-se que estão ociosos no país em torno de 1,5 milhão de hectares e 300 mil trabalhadores, que poderiam produzir 4,0 milhões de toneladas de trigo no período de inverno. Em função disso, os parlamentares decidiram, mais uma vez, solicitar que as reivindicações provenientes da Audiência Pública que a Comissão da Agricultura encaminhou ao Ministério da Fazenda sejam efetivamente incluídas no Plano Safra que em breve será anunciado.
No ano passado, o Brasil importou 7,2 milhões de toneladas de trigo a um custo de US$ 1,5 bilhão. Para este ano, o mercado estima que as importações do produto alcancem a cifra de US$ 2,6 bilhões ao preço médio de US$ 420 por tonelada. Em janeiro, as importações cresceram 112%, tendo o Brasil gasto cerca de US$ 250 milhões com a compra de 860 mil toneladas, o que representa um aumento de 34% em relação ao mesmo período do ano passado. (Fonte: Ocepar)