Pesquisadores da Embrapa Cerrados discutem mudanças climáticas
O compromisso do governo brasileiro de reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões de gás carbônico depende, entre outros, de tecnologias no setor agropecuário, como a recuperação de pastagens degradadas, o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta. Para oferecer sua contribuição nesse cenário, a Embrapa Cerrados (Planaltina-DF) – unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento –, que já trabalha com pesquisa nessas áreas, realiza entre os dias 18 e 20 o workshop “O cerrado no contexto das mudanças climáticas globais”.
O gerente de Mercados da Organização as Cooperativas Brasileiras (OCB), Evandro Ninaut, vai falar da Visão do Setor Produtivo sobre os Desafios e Oportunidades Impostos pela Mudança do Clima para o Cerrado.
Segundo o pesquisador Gustavo Mozzer, que atua com mudanças climáticas na Embrapa Cerrados, diante desse novo desafio, a pesquisa agropecuária na região deverá trabalhar novas tecnologias que, por um lado, modifiquem o padrão das emissões e que, por outro, mantenham a produtividade da atividade agropecuária para alimentar uma população crescente. “Teremos que aumentar a eficiência e reduzir a emissão de gases, num ciclo virtuoso”, explica.
As metas que o governo levará a Copenhague incluem também a redução de 40% no desmatamento do Cerrado. Mozzer acrescenta que isso envolve uma mudança de paradigma no setor. “A agricultura e a pecuária precisa trabalhar para aumentar o estoque de carbono orgânico no solo e assim manter a produção sem a necessidade de desmatar novas áreas”, explica. Segundo o pesquisador, é estratégico que o país tenha tecnologias que contribuam na mitigação dos gases de efeito estufa, pois isso pode ampliar a competitividade do Brasil em relação a outros países que estão trabalhando no mesmo sentido.
No workshop, a Embrapa Cerrados vai elaborar um planejamento estratégico da unidade em relação às mudanças climáticas. Os participantes vão discutir possíveis linhas de pesquisa que podem ser criadas sobre o assunto, as potencialidades e dificuldades existentes. Contribuem no debate especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Serviço Florestal Brasileiro, Universidade de Brasília (UnB), Ministério de Ciência e Tecnologia, Ministério do Meio Ambiente, Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), além das unidades da Embrapa: Informática Agropecuária, Agrobiologia, Instrumentação Tecnológica e Meio Ambiente.
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