Presidente da maior cooperativa da América Latina visita a sede da OCB
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Brasília, 17/7/2013 - Melhorar o escoamento da safra brasileira de grãos é uma prioridade de todo o agronegócio brasileiro e, em especial, para o sistema cooperativista – responsável por mais de 50% da produção agropecuária brasileira. Hoje, as cooperativas sofrem com a falta de infraestrutura para armazenagem e distribuição dos grãos, o que implica em uma redução da competitividade do Brasil em relação a outros países. Uma das cooperativas mais afetadas por esse problema é a Coamo – maior cooperativa da América Latina em número de associados e a 20ª maior empresa de capital 100% nacional do país, segundo a revista Exame.
Atualmente, ela possui toneladas de alimentos prontos para serem exportados, à espera de um navio livre no Porto de Paranaguá (PR). Os veículos ficam entre 70 e 90 dias parados no porto, até serem liberados para receber a produção que será enviada ao exterior.
Em entrevista exclusiva ao Informativo OCB, o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, defende a seguinte posição: “é preciso encontrar uma alternativa para dar mais velocidade ao transporte e, sobretudo, oferecer condições para que o aumento da produção seja uma solução e não um problema para o país”. Em Brasília para a realização de diversas reuniões de negócio, ele visitou a sede do Sistema OCB e mandou um recado para todo o sistema cooperativista: “nosso movimento vai crescer ainda mais nos próximos anos, se investirmos na formação dos nossos profissionais e na expansão do econômica das cooperativas”.
Informativo - Presidente, qual o motivo de sua viagem à Brasília?
José Aroldo Gallassini: Eu vim tratar de assuntos estratégicos que envolvem temas como a modernização dos portos brasileiros e a celeridade com relação às obras de ferrovias no Brasil. Por ano, passam pelos portos brasileiros mais de 7,1 bilhões de reais, por isso devemos discutir sobre como podemos nos tornar mais competitivos, com relação ao mercado externo.
Informativo – Qual análise o senhor faz com relação aos portos brasileiros?
Gallassini: Atualmente, 97 navios esperam para aportar no porto de Paranaguá, que fica meu estado, o Paraná. Eles esperam de 70 a 90 dias para descarregarem, o que nos causa prejuízo econômico e perda de competitividade, perante o mercado de outros países. É preciso acelerar as obras portuárias e tirar do papel o projeto da malha ferroviária brasileira.
Informativo – Quais outros problemas afligem o setor de exportação atualmente?
O preço dos fretes para o transporte de cargas, via caminhão ou carreta, aumenta a cada dia. É preciso encontrar uma alternativa para dar mais velocidade ao transporte e, sobretudo, oferecer condições para que o aumento da produção seja uma solução e não um problema para o país. Recentemente, tivemos uma produção de 43 milhões de toneladas de milho para escoar, na “safrinha” (2ª safra do período), e também encontramos dificuldade na safra de verão, que gerou 35 milhões de toneladas também de milho. Nas duas oportunidades, tivemos problemas para exportar essa produção, por isso precisamos modernizar nossos portos para ter mais competitividade.
Informativo – Qual é o papel do Sistema OCB nesse cenário?
Galassini: O Sistema OCB tem nos auxiliado no acompanhamento da legislação relacionada ao cooperativismo, oferecido apoio em questões jurídicas e nos ajuda, também, a dialogar com os poderes executivo, legislativo e judiciário. Acredito que a legislação ainda esteja deficiente em relação ao cooperativismo, então, precisamos corrigir isso. O Sistema OCB também desenvolve, um bom trabalho de formação profissional dos cooperados por meio do Sescoop (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo). A instituição tem papel importante na modernização das cooperativas e na melhora da situação socioeconômica dos associados.
Informativo – E com relação ao cooperativismo, qual a sua visão de futuro?
Galassini: É, sem dúvida, um sistema que funciona bem com relação a praticamente todas as áreas: seja agropecuária, de saúde ou de crédito. Graças aos valores do cooperativismo, a Coamo hoje tem o posto de 59ª maior empresa do país (considerando empresas privadas, públicas, de capital nacional ou estrangeiro). Também fomos, em 2012, a 20ª maior empresa de capital nacional e a 22ª maior exportadora do país. Conseguimos isso com muito trabalho, qualificação e com trabalho em conjunto, que é um dos pilares do cooperativismo.
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