Presidente do Banco Central destaca papel das coops de crédito em audiência no Senado
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a ressaltar a importância das cooperativas financeiras na oferta de crédito para pequenos e microempresários nessa terça-feira (25), durante participação em audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.
Instigado pelos senadores Tereza Cristina (MS) e Luis Carlos Heinze (RS) a falar sobre as ações do banco relativas ao credito rural e ao microcrédito, o presidente afirmou que várias medidas foram adotadas para aperfeiçoar a atuação do cooperativismo.
“A gente liberou instrumentos de captação para que as cooperativas pudessem captar seu próprio dinheiro diretamente no mercado, eliminando um intermediário, fazendo com que o custo fosse mais baixo”, salientou. Essa afirmação está relacionada às autorizações recentes para as cooperativas de crédito poderem emitir as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), bem como a Letra Financeira Garantida (LIG).
Ainda, segundo Campos Neto, em relação ao microcrédito, foram adotadas 19 medidas. “A gente tinha uma burocracia muito grande, só podia abrir conta presencial e tinha um limite que era inviável. Vimos vários exercícios feitos em comunidades onde havia muita dificuldade para abrir um microcrédito. Com as medidas, a gente saiu de um crescimento negativo de 8% do microcrédito em três anos para um crescimento positivo de mais de 20%.”.
A senadora Tereza Cristina lembrou que as cooperativas de crédito “têm sido importantíssimas para o agronegócio” e pediu ao presidente para detalhar um pouco mais as ações do Banco Central para facilitar o acesso dos pequenos produtores aos recursos necessários para o financiamento de suas atividades.
Campos Neto explicou que uma das medidas adotadas foi a criação de mais instrumentos para que o grande agricultor pudesse captar dinheiro direto no mercado. “Isso aumentou muito. E o que aconteceu? A gente pegou os recursos que eram direcionados e migrou, cada vez mais, para o pequeno e para o médio agricultor. Os recursos que foram para o pronafiano, que é a agricultura familiar, mais do que dobraram. O mercado é um instrumento democratizante, porque ele faz com que o grande possa acessar o mercado, e a gente possa cuidar mais do médio e do pequeno”.
O senador Luis Carlos Heinze apresentou números para destacar o resultado das ações do Banco Central em prol do cooperativismo financeiro e ressaltou a importância das cooperativas na concessão de microcréditos.
Campos Neto agradeceu as palavras do senador. “Pensar que o crescimento do cooperativismo sobe 34% quando é de 13%, de 14% do sistema normal; que as cooperativas passaram a ter instrumentos para captar recursos próprios; que elas hoje fazem grande parte do microcrédito e levam o crédito rural ao pequeno agricultor. Acho que isso foi um ganho enorme, que mostra que a gente tem capacidade de gerar competição e que essa competição pode permear para quem mais precisa, que é o pequeno empresário, o pequeno agricultor”.