Representação política é tema de painel em evento no Paraná
O painel Estratégias Políticas Visando a Formação da Nova Frencoop, do Fórum dos Presidentes das Cooperativas Paranaenses, realizado nesta quarta-feira (13), contou com exposições do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, da superintendente Tânia Zanella, do ex-ministro da Agricultura e coordenador da FGV-Agro, Roberto Rodrigues, e, ainda, de parlamentares da região Sul que integram a diretoria da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop).
Sobre a formação da nova Frencoop, o presidente Márcio foi categórico. “O cooperativismo brasileiro vai bater a meta de R$ 1 trilhão daqui poucos anos. Somos muito fortes e não podemos ficar de fora das políticas públicas. Podemos ocupar mais espaços e conquistar sem recuar em nossos valores e princípios. Vamos nos empenhar nesse processo eleitoral para trazer parlamentares de excelente qualidade que possam somar nas trincheiras de ataque e defesa do cooperativismo para continuarmos gerando prosperidade como fazemos”.
Para Roberto Rodrigues, as cooperativas em todo o mundo são a alternativa de desenvolvimento e inclusão social. “A característica do cooperativismo irá se consolidar no cenário global, pois democracia se manifesta com igualdade de oportunidades para todos, como o cooperativismo faz. É importante que a bancada parlamentar conheça e entenda os princípios do movimento, sem posições ideológicas e partidárias”.
A superintendente Tânia Zanella apresentou dados do cooperativismo, que hoje conta com 4,8 mil cooperativas; 17,1 milhões de cooperados (8% da população brasileira); 455 mil empregos diretos gerados; e um total de ativos de R$ 655,5 bilhões. “Como reverter essa força social do cooperativismo a nosso favor no campo político?”, indagou.
“Somos 53% da produção agrícola de grãos; 25% da capacidade de armazenamos; 8 mil profissionais de assistência técnica e rural. Estamos na base, movimentando a comunidade onde estamos inseridos. Somos responsáveis também por 32% do mercado de saúde complementar, nossas coops de eletrificação são consideradas referência pela Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica], movimentamos 450 milhões de carga. Torno a questionar, qual o papel da representação política para nosso movimento?”, acrescentou.
Ela apresentou como o Sistema OCB Nacional vem atuando junto aos Três Poderes, em defesa do cooperativismo. “Só no último ano foram 446 reuniões com o Executivo, acompanhamos 4,7 mil proposições no Legislativo e no Judiciário atuamos em 12 processos como amicus curiae, além das 43 ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal e 816 recursos em tribunais superiores”, pontuou.
Aos parlamentares presentes, Tânia declarou que o Ato Cooperativo; a Modernização da Lei de Coops de Crédito (conquistada recentemente, após intensa mobilização do Sistema OCB e da Frencoop); a presença de cooperativas no mercado de seguros; o aumento no volume do Crédito Rural; a participação das cooperativas na prestação de serviços de telecom; a participação em processos de licitações; e a possibilidade de recuperação judicial das coops são as prioridades em voga do movimento.
“Estes tema impactam diretamente nossos negócios na base, pois nossas ações são coordenadas com as unidades estaduais. Para estas eleições, esperamos eleger pessoas comprometidas com o cooperativismo e que nos dê um cenário de mais navegabilidade. Independente de governo, nosso trabalho continuará sendo desenvolvido, pois as agendas das cooperativas permeiam em diversos espaços. No Legislativo, queremos fortalecer a Frencoop e, para isso, elaboramos nosso Programa de Educação Política com cartilha explicativa e oficina de multiplicadores. Aos presidenciáveis, elaboramos documento apresentando o cooperativismo como uma ferramenta de desenvolvimento”, destacou.
Engajamento
O ex-ministro da Agricultura, da Previdência, e do Trabalho, e atual secretário de Gestão Pública do Paraná, Reinhold Stephanes, considerou que as informações sobre os candidatos devem chegar na base das cooperativas, nos cooperados. “Eles precisam estar convencidos que isso será bom para eles. Sem engajamento todos perdem. Cada parlamentar tem sua base eleitoral, mas se, por meio das cooperativas, conquistarmos mais 5, 10 ou 15 mil votos teremos uma complementação que pode fazer a diferença. Vale lembrar que as frentes parlamentares hoje atuam com assessoria técnica, então elas se profissionalizam. O que também reflete em respostas legislativas reais em defesa do cooperativismo”, considerou ao sugerir ainda a contratação de pesquisa com cooperados para observarem quais candidatos estão melhores diante do cenário de cada município.
O deputado Osmar Serraglio (PR) avaliou que a Frencoop tem sido responsável por grandes avanços para o movimento, mas que poucos cooperados sabem sobre a atuação de cada membro da frente. “O cooperado precisa saber quem faz. Precisamos elaborar estratégias para que cada cooperativa saiba da necessidade de aumentar a representatividade. Sem planejamento, engajamento e metas não será possível. Com as metas vamos abraçar mais nomes em defesa do cooperativismo. O plus no número de votos dos candidatos quem dará são as cooperativas”, assegurou.
A deputada Aline Sleutjes (PR) reforçou seu compromisso com o movimento e espera poder atuar em defesa do coop no Senado. “É meu primeiro mandato e fui indicada pela Castrolanda. Quero deixar meu registro que vou me candidatar a vaga no Senado e serei a voz do cooperativismo lá também. Sou filha de produtores, apoiadora do agro e as pautas que passam na Câmara e ficam engavetadas no Senado vou destravar com articulação política”.
O deputado Sérgio Souza (PR) frisou que iniciativas dos membros da Frencoop resolveram imbróglios antigos do movimento. “Precisamos que o cooperado entenda o que é o sistema representativo para escolherem parlamentares que atuarão por eles. Todos precisamos desse elo para defender os interesses do movimento. Lembrar que somos importantes na hora de apresentar uma proposta, de derrubar um veto, de apresentar um parecer e até alterar a Constituição”, recomendou.
Cooperado na Capal e na Integrada, o deputado Pedro Lupion (PR) falou de sua atuação no Parlamento com apresentação e relatoria de propostas que melhoram o ambiente tributário e agro das coops. “Tenho um orgulho imenso em representar o cooperativismo e acompanhar o desenvolvimento dele no meu estado. Desejo que outros estados sigam esse modelo da Ocepar na formação política em busca de mais representatividade. Minha missão sempre será valorizar o coop”, destacou.
Já o deputado Luiz Nishimori (PR) não economizou elogios aos dirigentes da OCB Nacional e do Paraná. “Estou otimista para as eleições deste ano. A educação política somada a nossas ações fará com que o cooperativismo chegue mais longe. Como sou do agro, tenho me empenhado pelo marco da produção nacional de insumos agrícolas e no plano nacional de industrialização. No entanto, vou continuar contribuindo com todos os ramos do cooperativismo por meio de ações legislativas”, anunciou.
A deputada Leandre (PR) falou sobre a criminalização da política e dos políticos e parabenizou a iniciativa da Ocepar. “Merecem nosso reconhecimento e gratidão, pois mostra que o que construímos aqui no Congresso é para melhorar a vida das pessoas. Precisamos (cooperativistas) ocupar cada vez mais espaços para transformar histórias. Precisamos de mais mulheres para compor as cadeiras do Congresso e do Executivo, porque mais que bom coração, temos competência e capacidade”, reforçou.