Sem apoio do governo, Brasil continuará dependente da importação

"

 Mas entre todas as propostas, cabe destacar que três questões precisam de respostas mais urgentes:
1.ª - O governo, efetivamente, quer ampliar a produção de trigo no país? Se hoje o Brasil produz 1/3 do que consome internamente, o setor produtivo entende que é necessário existir uma política de estímulo à produção. Na safra 2007, o Brasil produziu 3,8 milhões de toneladas de trigo e consumiu 10,25 milhões de toneladas. Segundo dados da Embrapa, há potencial para aumentar a produção, chegando a mais de 5,2 milhões de hectares cultivados com uma produção de 12 milhões de toneladas. Isto quer dizer que o Brasil pode até exportar trigo!
2.ª - Qual a política de relacionamento com o Mercosul, especialmente, com a Argentina? Numa clara demonstração de protecionismo, o governo argentino, simplesmente, ampliou para 28% a tarifa interna para a exportação do grão e manteve em 10% a tarifa da farinha. A intenção está muito clara: o governo quer que o trigo seja industrializado no país, gerando empregos e fortalecendo o setor industrial. Resta saber se o governo brasileiro vai combater este tipo de subsídio, a fim de evitar prejuízos aos triticultores nacionais. Somente em 2007, mais de 640 mil toneladas de farinha de trigo foram importadas da Argentina, o que representa 100.000.000 de toneladas de grãos de trigo. É preciso impor restrições a esta política que segue na contramão dos interesses brasileiros.
3.ª - O governo reconhece a necessidade de garantir um preço mínimo que viabilize a produção? Se o país deseja aumentar a produção para evitar a evasão de mais de US$ 1 bilhão somente com a importação do trigo, é preciso que os produtores tenham um preço de garantia que permita cobrir os custos de produção e, principalmente, é necessária e urgente o estabelecimento de uma política de comercialização que garanta efetivamente este preço na hora da colheita.  
Se as condições descritas acima não forem viabilizadas, dificilmente o Brasil terá uma política consistente que estimule a produção de trigo no país. A realidade já foi exposta ao governo, por ocasião do encontro ocorrido esta semana entre o setor produtivo e o ministro Stephanes. Vamos, agora, aguardar e torcer para que os fatos sobreponham às dificuldades, dando à triticultura nacional, uma área considerada de segurança alimentar, a prioridade necessária. (Fonte: Ocepar)

"

Conteúdos Relacionados