Seminário aborda aspectos da crise e as saídas apontadas pelo Brasil
O panorama da crise econômica, suas causas e consequências foram discutidas no Seminário Desdobramentos da Crise Econômica Global, realizado nesta terça-feira (17/11) na Câmara dos Deputados, pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) e de Finanças e Tributação (CFT), em parceria com Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Na primeira mesa do seminário os debatedores fizeram análise da crise no Brasil e no exterior e opinaram sobre a necessidade de regulamentação do sistema financeiro. Sérgio Odilon dos Anjos, representante do Banco Central, falou sobre as ações brasileiras que garantiram a estabilidade do país no período crítico da crise. Já John Robertson, vice-presidente do Banco Central norteamericano (Federal Reserve), explicou que a regulação existente nos Estados Unidos não ofereceu liquidez suficiente ao sistema financeiro do seu país.
À tarde o foco do debate foi para as respostas do mercado brasileiro à crise. O economista-chefe do Banco do Brasil, Uilson Melo Araújo, apresentou dados estatísticos que demonstram a expectativa de crescimento do país na ordem de aproximadamente 10% ao ano, valor maior que o apresentado no período pré-crise. Para o deputado Armando Monteiro, presidente da CNI, o Brasil saiu fortalecido da crise, mas alertou que é preciso o Brasil ainda precisa garantir crescimento sustentável para os próximos anos.
O último palestrante do dia foi o economista Paulo Nogueira Batista Júnior, que destacou o papel da crise na reorganização do governo mundial, abordando também o reposicionamento do G20 e do FMI no campo das discussões monetárias, além da importância da aliança entre Brasil, Rússia, Índia e China, conhecida como BRIC. O economista testemunhou o respeito que o Brasil tem no exterior e defendeu como fundamental a manutenção do BRIC, porque apesar das diferenças geográficas, culturais e históricas, os países mantêm em comum a capacidade de atuar de forma independente e autônoma em relação aos blocos econômicos internacionais.
Sobre a realização do seminário, o deputado Vignatti, membro da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e presidente da CFT, analisou que o Brasil se tornou um exemplo ao passar pela crise sem comprometer suas reservas econômicas, mas que é preciso discutir o futuro da economia mundial. "De fato, o sistema financeiro não foi afetado. A geração de emprego no Brasil continua positiva e nós não tivemos saldo negativo. Mas há sempre uma pergunta: o sistema financeiro é seguro?", questiona Vignati, ressaltando a importância de se discutir uma nova regulamentação para o mercado, que diminua os riscos do investidor e do país. (Com informações da Agência Câmara)
"