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Sescoop faz 20 anos de olho no futuro

Brasília (10/4/19) – O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) completa, em 2019, 20 anos de atuação em prol da disseminação da cultura cooperativista, formando profissionais para atuarem no mercado de trabalho das cooperativas e, assim, contribuindo com o desenvolvimento de todos os elos desse modelo econômico inovador.

E, para celebrar todas as conquistas do Sescoop, no estado de Goiás, o Sistema OCB/GO acaba de editar uma revista especial. O material traz, além de uma linha do tempo bem detalhada com os principais marcos e vitórias da entidade, uma entrevista com o superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile. Para ele, o Sescoop está acompanhando as novidades tecnológicas e as incorporando sempre na sua área de atuação junto às cooperativas.

Na entrevista abaixo, Nobile também fala sobre outros desafios do Sescoop, para os próximos anos, como o estímulo à intercooperação e o fortalecimento cada vez maior da imagem do cooperativismo no Brasil. Confira!

 

Qual o papel do Sescoop no fortalecimento do cooperativismo brasileiro?

O Sescoop nasceu do programa de revitalização das cooperativas agropecuárias brasileiras, um movimento que surgiu em 1996, 1997 e nele se identificou essa oportunidade da OCB, juntamente com o Governo Federal, Ministério da Agricultura, da Fazenda, na época, essa oportunidade de se constituir o Sescoop. Então, em 1998, surgiu para fazer o atendimento ao tripé básico da capacitação profissional, educação cooperativista, o monitoramento e a promoção social. Dessa forma, também promovendo assim a cultura cooperativista aqui no Brasil e evoluindo os processos de gestão e trazendo para o sistema cooperativista o que anteriormente era pulverizado para os demais entes do Sistema S.

 

Quais foram as principais conquistas do cooperativismo com o surgimento do Sescoop, há 20 anos? E o que mudou nessa atuação, em duas décadas?

Nós temos a identificação de um patamar de evolução na gestão das cooperativas, a profissionalização dos processos de capacitações, a alocação de recursos nesse sistema próprio que antes era pulverizado, de tal forma que o processo que nasceu, até anteriormente ao Sescoop de autogestão, pôde com a organização e sistematização do Sescoop se estabelecer com maior eficácia em todo o país. Então, o processo de desenvolvimento desses 20 anos é claramente percebido e é um desafio nós apresentarmos essa agregação de valor para as cooperativas durante esse período.

 

Como o Sescoop tem acompanhado a evolução tecnológica e de mercado, para apresentar soluções eficazes de capacitação cooperativista? Vocês têm considerado se adaptar a novas formas de atingimento do público, como o Ensino a Distância?

O Sescoop tem a acompanhado esse processo todo, essa evolução tecnológica e de mercado fazendo todo o estreitamento de relações, com a proximidade com as escolas de negócios, as universidades, os centros de tecnologia e até compondo com o que nós temos dentro do sistema hoje, como por exemplo, a Escola do Cooperativismo no Rio Grande do Sul, a Faculdade Unimed, universidades corporativas do sistema de crédito já estão estabelecidas e também agora está iniciando a Faculdade na Unidade Estadual de Mato Grosso.

Então, dessa forma, associados, interligados e fazendo o intercâmbio de conhecimento com esse público todo, o Sescoop tem feito esse acompanhamento da evolução tecnológica e de mercado, apresentando soluções eficazes de capacitação e nós temos à disposição das cooperativas, aplicado pelas unidades estaduais, as ferramentas e dispositivos de diagnósticos para identificar junto a cada cooperativa qual é a sua necessidade e assim atacar nos processos de capacitação. Também estamos dedicados a aproveitar toda a tecnologia do ensino a distância a favor também da otimização de recursos para essa aplicação e essa evolução.

 

Um dos valores do SESCOOP é o compromisso com inovação, que é, hoje, um dos pontos-chave para o desenvolvimento dos negócios. Como o Sescoop tem atuado nessa vertente?

Dessa forma, acompanhando o que acontece no mundo com as tecnologias, esses intercâmbios de conhecimento, as ferramentas que já dispomos para a solução de desenvolvimento, tanto em nível humano, quanto organizacional, buscamos o que há de mais moderno, eficaz, eficiente, nessas soluções de desenvolvimento, tanto das pessoas quanto dos seres humanos, dirigentes, funcionários das cooperativas, e também o desenvolvimento organizacional. Dessa forma, buscamos fazer esse acompanhamento do compromisso do Sescoop atuando nessa vertente.

 

Em Goiás e também no Brasil, a maior concentração do cooperativismo está principalmente em três ramos (agro, crédito e saúde), de um total 13. De que forma o Sescoop pode ajudar no desenvolvimento também dos outros ramos, que hoje possuem menor participação?

Aqui vale lembrar a atuação e a mobilização do Sistema OCB capitaneado pela própria OCB no sentido de promover um enxugamento, uma racionalização no número de ramos no Brasil, haja vista que comparando aos outros vários países mundo afora onde tem uma prática bastante significativa do cooperativismo, nós percebemos que temos um enxugamento desses ramos, então nós estamos num momento de otimização para as questões que são muitas vezes análogas aos outros demais dez ramos. Fora a questão dos ramos Agro, Crédito e Saúde que têm essas características bem identificadas nós temos nos outros ramos muitas vezes questões operacionais análogas que a gente então está fazendo nesse exato momento um diálogo dentro do Sistema com as organizações estaduais para levar esse enxugamento na próxima assembleia da OCB, em março.

E a representação das estruturas dos conselhos construtivos é outro fator importante para que a gente atenda de forma adequada a todos os ramos. Muitas vezes nós comentamos que não é o tamanho econômico do ramo, todos têm a sua importância e seu valor, e a expressão social de cada um dos ramos tem que contar e ser considerada sempre por todos nós.

 

Diante da ameaça do governo de cortes significativos nos recursos para o Sistema S, como o Sescoop está se preparando para essa possibilidade e quais os prejuízos, caso essa proposta se concretize?

Nós estamos muito atentos a esses sinais que estão vindo aí da mídia, do Governo Federal. Isso já acontece há alguns anos, tentativas de tirar dinheiro do Sistema S para colocar no Governo Federal, uma hora seja na aplicação da previdência pública, uma hora para segurança, mas então, estamos preocupados sim com essa questão.

Nós temos feito um trabalho de otimização do uso desses recursos com aproveitamento das tecnologias, temos um exemplo prático no Sistema que é o Centro de Serviços Compartilhados onde pela unidade nacional passamos a prestar serviços principalmente de RH, folha de pagamento e as questões de apropriações contábeis junto com alguns estados que tem estrutura menor.

Então estamos acompanhando de perto esse processo, se vier que venha para desonerar a folha de pagamento da cooperativa e não tirar dinheiro do Sistema S para jogar em algum outro órgão, área que não seja a aplicação do próprio Sescoop. E nós temos a busca dos processos de integridade e por aí estão as questões relativas à transparência, a prestação de contas, que nós temos uma efetiva e clara prestação de contas de todos os recursos que são amealhados juntos ao Sescoop.

 

Quais os principais desafios do Sescoop para o futuro?

Nós temos aqui um diálogo importante que vai acontecer agora em 2019, que é o 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, onde discutiremos as tecnologias, questões de inovação, de mercado, gestão e governança, questões de intercooperação que é uma oportunidade gigantesca para desenvolvermos no País todo. E fazendo esse trabalho no Congresso Brasileiro de Cooperativismo discutiremos o futuro do Sescoop, do cooperativismo brasileiro.

Uma outra meta importante que temos a perseguir é conseguirmos medir os impactos sociais que advém da atuação do Sescoop. Isso é fundamental, nós mostrarmos a efetiva funcionalidade do Sescoop. Não só na melhoria da profissionalização da gestão, mas nos impactos sociais que vem da atuação do Sescoop.

E ainda mais estão bastante atuais os desafios elencados no planejamento estratégico do Sescoop que é a qualificação da mão-de-obra, profissionalização da gestão e governança do sistema cooperativo, o fortalecimento da representatividade que diz respeito mais a OCB, mas tem toda a ligação com o Sescoop, o estímulo à intercooperação, a promoção da segurança jurídica e regulatória e um grande desafio que passa por todo o Sistema que é o fortalecimento e a eficiência cada vez maior da imagem e da comunicação do cooperativismo.

Lembrando que na Visão do Cooperativismo para 2025, três pilares dessa visão têm muita identificação com a atuação do Sescoop, que é a competitividade das cooperativas, a integridade das cooperativas e a capacidade de gerar felicidade aos cooperados. Dessa forma, nós temos essa convicção que o Sescoop, a OCB e o sistema cooperativo nacional com toda a estrutura de unidade nacional e dos estados, como o trabalho fantástico desenvolvido por Goiás, que o sistema cooperativo contribui sim para uma sociedade mais justa, feliz, equilibrada, com maiores oportunidades para todos.

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