Setor produtivo se reúne com equipe do novo governo
Brasília (20/12/18) – As assimetrias concorrenciais no comércio intra-Mercosul, que têm gerado enormes desequilíbrios na relação comercial entre o Brasil e seus vizinhos do Mercosul, especialmente no que diz respeito à importação de trigo, arroz e leite foram a pauta de uma reunião entre representantes das cooperativas e da nova equipe do Governo Federal, ocorrida na última terça-feira (18/12), em Brasília.
A futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e os futuros secretários da Receita Federal, Marcos Cintra, e de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo, receberam representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras, do Sistema Ocepar e da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul para discutirem os prejuízos que o Brasil tem tido e que podem se agravar ainda mais.
A reunião contou também com a participação de integrantes das cadeias produtivas do leite, arroz, trigo, alho, vinho e maça dos três estados do Sul do Brasil, além do senador eleito, Luís Carlos Heinze, e do deputado federal, Jerônimo Goergen.
O principal ponto da discussão foram as questões tributárias assimétricas entre os países do Mercosul, que têm prejudicado a competitividade dos produtos brasileiros frente aos produtos importados. Além das questões tributárias, foi apontado também o desequilíbrio nos custos logísticos (principalmente na questão da navegação de cabotagem), nos controles e na fiscalização da qualidade entre os produtos importados e os nacionais.
ACOMPANHAMENTO
Para a OCB, que acompanha as discussões sobre esses e outros temas envolvendo as relações comerciais com os países do bloco do Mercosul, o caminho sustentável para o desenvolvimento dos setores afetados está em buscar desenvolver a competitividade das cadeias produtivas frente aos concorrentes internacionais.
LEITE
No caso do leite, a futura ministra reforçou o posicionamento sobre o controle das importações de lácteos do Mercosul, inclusive informando já ter conversado com autoridades dos países vizinhos. Informou, ainda, que está trabalhando para a liberação de uma compra governamental, para ajudar a diminuir o excedente de leite em pó no mercado interno. A ministra fez questão de reforçar a importância de o Brasil ser mais ativo no Mercosul, dada a força e o tamanho do país dentro do grupo.
RECEPTIVIDADE
Os representantes do novo governo ouviram as manifestações dos representantes do setor produtivo, demonstrando interesse e abertura ao diálogo e sempre deixando claro sua intenção em trabalhar de mãos dadas com os produtores para recuperar a economia do país.