Sistema OCB, Cocapec e Fundação Procafé querem o desenvolvimento do setor cafeeiro no Brasil
Brasília (22/08) – O Brasil é o maior produtor mundial de café. A produção nacional representa um terço de tudo que é produzido ao redor do mundo. Pode-se dizer, então, que de cada três xícaras de café consumidas no mundo, uma é de origem brasileira. Apesar de a informação saltar aos olhos à primeira vista, especialistas dizem que o cenário poderia ser bem melhor.
Para o presidente da Fundação Procafé, José Edgard Paiva, o momento econômico do Brasil desestimula o produtor rural. “O setor do café passa por um período difícil, atualmente. Além dos baixos preços pagos pela saca de 60 kg, o que desestimula a produção, faltam políticas que promovam o desenvolvimento. Não há plano ou projetos bem delineados que envolvam temas como renovação, estocagem, mercado interno, regulação de exportação, por exemplo”, considera. Para ele, um plano nacional e duradouro, que abordasse esse tipo de questões, poderia solucionar o problema.
Ontem, Paiva se reuniu com o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, e o superintendente, Renato Nobile. A reunião aconteceu no início da noite desta quarta-feira, 21/08, em Brasília, e contou, ainda, com o presidente da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec), João Alves de Toledo Filho.
A reunião objetivou o alinhamento de estratégias que serão utilizadas na sensibilização de parceiros que contribuam com o processo de desenvolvimento do setor cafeeiro no Brasil.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, que também faz parte do rol de cafeicultores brasileiros, se mostrou sensibilizado com a questão. “Nós estamos aqui para defender o interesse do cooperado e do pequeno produtor. De nossa parte, não olvidaremos esforços para encontrar uma alternativa rápida e eficiente para estimularmos o desenvolvimento do setor cafeeiro do Brasil”, anuncia Márcio Freitas.
A representatividade do Sistema OCB é um dos fatores principais que o torna estratégico nessa luta. “Aqui em Brasília, na sede da OCB, nos sentimos em casa para discutir os nossos problemas políticos que atendam ao setor cafeeiro. A Cocapec tem trabalhado para aperfeiçoar o atendimento aos nossos cooperados. A cooperativa transformou o cenário da cafeicultura da região, motivando o desenvolvimento tecnológico no campo e criando condições melhores na aquisição de produtos. Nós trabalhamos para facilitar a compra e venda de café – que a cada ano melhora em qualidade. A Cocapec é responsável por projetar o café da Alta Mogiana para o Brasil e exterior”, relata o presidente, João Toledo.
Números – Em 2012, a produção de café no mundo, segundo a Organização Internacional do Café (OIC), foi de cerca de 144,5 milhões de sacas de 60 kg. Desse total, o Brasil produziu mais de 50,8 milhões, seguido pelo Vietnã (22 milhões), Indonésia (10,9 milhões), Colômbia (8 milhões) e ainda Etiópia, Honduras, Índia, México e outros países. Além de ser o maior produtor, o Brasil também é o segundo maior consumidor, após os EUA.
Grande parte desse desempenho produtivo pode ser atribuída aos esforços de dezenas de instituições de pesquisa, ensino e extensão reunidas no Consórcio Pesquisa Café – cujas pesquisas são coordenadas pela Embrapa Café. Desde sua criação, há quase 17 anos, o Consórcio tem mudado positivamente o cenário da cafeicultura nacional. Em 1997, quando foi criado o Consórcio, o Brasil possuía 2,3 milhões de hectares de área cultivada com uma produtividade de 12 sacas/hectare e produção de 27,5 milhões de sacas. Em 2012, com praticamente a mesma área, o País saltou para 24 sacas/ha e a produção de 50,8 milhões de sacas, segundo dados oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Cocapec – A Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec), foi apontada como a melhor cooperativa do segmento de café do País pelo segundo ano consecutivo na revista Maiores e Melhores, da Exame. A cooperativa figura em três categorias: Melhores empresas do setor de café, 400 maiores do agronegócio e 1.000 maiores. A Cocapec foi fundada em 1985 e hoje conta com cerca de dois mil cooperados na região da Alta Mogiana e nos municípios mineiros de Capetinga, Claraval e Ibiraci. A área de atuação da cooperativa é de 455 mil hectares, sendo 51 mil hectares formados por lavouras de café. Na safra do ano passado, os armazéns da cooperativa receberam mais de 1 milhão de sacas de café. (http://www.cocapec.com.br/)
Procafé - Os objetivos para os quais a Fundação Procafé foi criada, e procura até hoje seguir, surgiram da necessidade de preservar e ativar o patrimônio tecnológico do ex-IBC, constituído de banco genético, laboratórios, fazendas experimentais e do corpo técnico (com toda sua experiência de mais de 30-40 anos) nas atividades de pesquisa e difusão de tecnologia cafeeira. Com a diminuição do corpo técnico, nas diversas regiões cafeeiras, foi preciso maior concentração de esforços, voltados para a pesquisa e difusão de tecnologia, levando à criação da Fundação Procafé em 2001, sucedendo e aperfeiçoando o mecanismo do programa do Procafé, agora com maior atuação em Minas Gerais, especialmente no Sul de Minas Gerais – maior região produtora de café do País. (www.fundacaoprocafe.com.br)