Subcomissão discute processo de fusão de frigoríficos
A Subcomissão Permanente, da Câmara dos Deputados, que acompanha o processo de fusão entre Perdigão e Sadia, JBS e Bertin , Marfrig e Seara, e Citrosuco e Citrovita, reuniu-se nesta terça-feira (8/7) para discutir os impactos destas fusões com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Os representantes do setor produtivo concordaram que a fusão faz parte da globalização e que esta é uma tendência, mas analisaram que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) não pode permitir que empresas nacionais e cooperativas sofram com a concentração de mercado por grandes grupos econômicos. Outra situação apontada pelos especialistas foi a facilidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberar financiamentos para grandes grupos possam se fundir. Segundo os representantes do setor, esta prática contrasta com a demora na liberação de recursos para as demais empresas, que precisam de fôlego financeiro para sobreviverem à crise mundial.
Para o gerente de mercados da OCB, Evandro Ninaut, a fusão dos grandes frigoríficos é algo complexo e precisa ser analisado caso a caso. “A fusão, quando acontece para minimizar um impacto social e garantir a concorrência de mercado pode ser bem vinda, mas quando o seu fim é dominar o mercado por “make price” pode ser perniciosa. Além disso, uma fusão pode, economicamente, ser boa para um estado e para outro terrível”, disse Ninaut.
O encontro contou com a participação dos deputados Leandro Vilela; Onyx Lorenzoni, Ernandes Amorim e Luis Carlos Setim, todos integrantes da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). O presidente da Frente, deputado Zonta, também participou da reunião.
(Com informações da Gerência de Apoio ao Desenvolvimento em Mercados (Gemerc) da OCB)