Tania Zanella participa de debate sobre cenários políticos para o agro
A convite do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, participou do debate sobre cenários políticos, econômicos e do agronegócio pós-eleições, nesta quinta-feira (3). O encontro contou com exposições do cientista político e professor do Insper, Fernando Schüler; do economista e ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega; do deputado federal e ex-secretário de Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim; e do coordenador do Insper Agro Global, Marcos Jank.
“Diante das variáveis apresentadas, precisamos considerar o fato de o agronegócio brasileiro representar 27,6% do PIB, com uma movimentação financeira de R$ 2,38 trilhões e empregar quase 18 milhões de pessoas. Precisamos de otimismo e confiança para olharmos para o futuro. Nossas articulações é para que o agro continue seu protagonismo mundial também no que diz respeito à segurança alimentar de todos”, iniciou a superintende.
Sobre a participação do cooperativismo nestes números, Tania explicou que o Sistema OCB integra 62 comissões e câmaras temáticas no âmbito do Executivo e que 20 delas são sobre o agro. “A organização e implementação de 47% das políticas públicas nascem dentro destes fóruns, daí a importância da presença da sociedade civil organizada colocar suas pautas nestes ambientes de discussões”.
Na agricultura familiar, ela relatou que as mais de 1,2 cooperativas agro congregam mais de 1 milhão de cooperados e gera 240 mil empregos diretos, com movimentação financeira de R$ 360 bilhões. “De acordo com o último Censo do IBGE, 54% da produção agrícola brasileira passa por uma cooperativa. Somos importante ferramenta para essa formatação do agro nacional, em especial, com 72% dos cooperados com perfil de agricultor familiar e que contam com o apoio para comercializar, ganhar escala e receber assistência técnica prestadas pelas cooperativas. O coop é um instrumento de inclusão e tenho certeza de que teremos ganho de escala nas compras governamentais”, assegurou a superintendente.
Frencoop
A superintendente considerou pouco provável a possibilidade de o novo governo impor a taxação de exportação, mas caso essa hipótese venha a realmente ser apresentada, Tania lembrou que sua implementação deverá passar pelo aval do Congresso Nacional. Diante disso, ela reforçou a atuação da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e da Agropecuária (FPA), que, segundo ela, estarão atentas a temática e também às ações para desmistificar a disputa entre o pequeno, o médio e o grande produtor.
“A reeleição de 80% da Frencoop faz com que nós continuemos aguerridos em nossas pautas. O protagonismo destes parlamentares resultou, por exemplo, na construção do Plano Agrícola e Pecuário. Em 2023, as políticas públicas precisam se voltar para os mercados internacionais, os créditos de carbono, que estão em evidência. Vamos colaborar também neste contexto”, afirmou.
Outra questão tratada no encontro foi a redução do desmatamento. O coordenador do Insper Agro Global, Marcos Jank, destacou que o tema deve ser o carro-chefe do agro no novo governo. Para ele, a imagem negativa do setor possivelmente será revertida e a demanda por produtos do agro brasileiro continuará crescente.