Tecnologia em beneficio do meio ambiente
Melhorar o processo de secagem de grãos visando à maior estabilidade da umidade, sem prejuízo ao meio ambiente. Este foi o desafio da Cooperativa Agroindustrial Lar (Lar), de Medianeira (PR). O projeto, implantado em 2005, rendeu-lhe o Prêmio Cooperativa do Ano 2008, na categoria Atuação no Agronegócio e subcategoria Inovação Tecnológica. A premiação é uma iniciativa da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) em parceria com a revista Globo Rural.
A partir de 1980, com a rápida expansão da soja, a cooperativa Lar deu inicio a um processo de diversificação para agregar valor aos produtos dos agricultores da região oeste do Paraná. O sistema misto de secagem da soja foi a alternativa encontrada para deixar a massa de grãos preparada para o armazenamento e a agroindustrialização.
No entanto, o sistema trouxe alguns prejuízos ao meio ambiente, uma vez que para o funcionamento das fornalhas era necessário o corte de 166 eucaliptos, em média, o que totalizava 49.900 eucaliptos a cada ano. O trabalhador também submetia-se a riscos ocupacionais, pois ficava sob exposição de altas temperaturas. Além disso, os altos custos com mão-de-obra e manutenção das fornalhas preocupavam os dirigentes da cooperativa. O controle da umidade da soja após a secagem era outro fator que dificultava a industrialização do produto, pois era uma atividade manual, que não era precisa.
Solução - A saída foi investir na canalização dos gases produzidos pela caldeira que alimentava o processo de industrialização do farelo e óleo para o processo de secagem grão. Com isso, a soja passou a ser seca sem a necessidade da queima de nenhuma árvore, pois, aproveitava o calor dos gases da combustão emitidos pela caldeira sem adição de lenha ao secador.
Esse aproveitamento térmico viabilizou a menor emissão de partículas oriundas da caldeira e as fuligens passaram a ser filtradas e transformadas em fertilizantes utilizados nas lavouras. Em 2005, antes da implantação do sistema, a cooperativa era responsável pela liberação de 3.913 mg/Nm³ de Monóxido de Carbono, que declicou para 1.307 mg/Nm³ ,em 2007.
Também foram eliminados os riscos de acidentes, pois o trabalhador deixou de se expor ao calor produzido pela fornalha e passaram a atuar em setores menos insalubres. A economia geral da cooperativa cegou a um montante de R$ 446.695, 63 por ano. (Foto Vice-presidente da Lar, Lauro Soethe)
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