Tombini reconhece OCB como entidade de representação do cooperativismo
Brasília (5/8) – Durante o seminário Novo Ciclo do Cooperativismo de Crédito no Brasil, realizado na sede do BCB, o presidente do Banco Central, ministro Alexandre Tombini, fez questão de destacar que a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) é sempre o primeiro parceiro a ser buscado na hora de se relacionar com as cooperativas de crédito.
“É muito importante destacar que, na ação junto às cooperativas de crédito, o Banco conta muito particularmente com o apoio de entidades representativas do segmento. A Organização das Cooperativas Brasileiras, como representante do sistema cooperativista, e o seu conselho consultivo, o CECO, sedimentaram ao longo do tempo um canal que permite o acesso do Banco Central às principais demandas das instituições reguladas, assim como nos transmite os problemas enfrentados por seus associados”, ressalta o presidente do Banco Central. (Clique aqui para ler o discurso na íntegra)
Tomibini aproveitou o anúncio da resolução que classifica as cooperativas de crédito em três categorias para lançar um desafio a ser superado em dois anos: “Diante de tantas lideranças do movimento cooperativista aqui presentes, quero aproveitar o início deste novo ciclo para lançar aqui um desafio ao setor, para que iniciemos hoje a caminhada rumo aos 10 milhões de cooperados. A partir da continuidade do trabalho dos que militam nesse setor, em conjunto com a atuação prudencial do Banco Central, acredito que esse segundo dígito pode ser alcançado em poucos anos.”
Ele lembrou que o sistema cooperativista de crédito do Brasil, atualmente, está constituído por dois bancos cooperativos, quatro confederações, 35 cooperativas centrais e mais de mil cooperativas singulares de crédito, acrescentando que o quadro de associados saltou de 4,2 milhões, em 2010, para 7 milhões em 2014.
FORÇA – O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, agradeceu à parceria com o Banco Central e elogiou a diretoria técnica do Banco, na figura do diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania do Banco, Luiz Edson Feltrim. “Sem a abertura e a dedicação dessas equipes do Banco Central dificilmente teríamos avançado até aqui. O Ramo Crédito, representado aqui por tantas lideranças nacionais, está presente social e economicamente no país, quando gera emprego, renda, qualidade de vida. Essa é a força deste ramo”, comenta Márcio Freitas.
RESILIÊNCIA – Fazendo uma breve contextualização histórica sobre a crise global de 2008, o presidente do Sistema OCB disse que as cooperativas mostraram sua resiliência. “O setor se reinventou, encontrou caminhos e soluções para os problemas que impactaram não só empresas, mas governos. Os efeitos da operação das cooperativas, ao redor do mundo, apesar das dificuldades da crise econômica, levaram a ONU a declarar 2012 como Ano Internacional do Cooperativismo. Então, afirmo sem dúvida, que na crise, as cooperativas podem ser os parceiros mais estratégicos dos governos sérios, porque organiza pessoas com princípios e valores éticos capazes de revolucionar um sistema”, enfatiza Márcio Freitas.
HOMENAGEM – Roberto Rodrigues, embaixador da ONU para o cooperativismo mundial, fez questão de ressaltar que a atuação do Banco Central em prol do desenvolvimento do cooperativismo brasileiro é fundamental para o crescimento econômico do país. “A abertura do Banco para discutir assuntos do nosso setor é uma homenagem ao trabalho de tantas pessoas que nos antecederam na estruturação do Ramo Crédito. É, sim, uma homenagem ética, moral e histórica para todas as pessoas que constroem o país por meio da operação incansável de suas cooperativas”, reconhece.
Para ele, na superação de crises, o movimento cooperativista se constitui o melhor exemplo de ferramenta estratégica. “As cooperativas são, definitivamente, o caminho mais plausível para que a população participe da governança do país. O cooperativismo é um aliado incansável, um braço econômico como poucos, para um governo inteligente”, conclui Roberto Rodrigues.
SEGURANÇA – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que também participou da abertura do seminário de hoje, na sede do Banco Central do Brasil, disse que a nova classificação aumenta a segurança do sistema e pode reduzir custos, uma vez que as cooperativas serão acompanhadas de acordo com o tamanho do risco de suas operações. “A medida é um ótimo exemplo daquilo que é estrutural, pois segmenta o setor e traz clareza e reponsabilidade a esses operadores de crédito. A segmentação, sem dúvida, contribuirá com a continuidade do crescimento do Brasil”, avalia o ministro da Fazenda.