Trigo: Cooperativas aguardam política para o setor

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Segundo o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, as cooperativas paranaenses estão no aguardo do anúncio do Ministério da Agricultura (Mapa) do novo plano agrícola e pecuário dos cereais de inverno para a próxima safra (2013/2014), entre as quais para o trigo, principal cereal cultivado no estado.

O dirigente lembra que o governo se comprometeu em divulgar até o dia 28 de fevereiro. “Este foi um dos compromissos assumidos pelo Secretário Nacional de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa), Neri Geller, durante reunião realizada na sede da Ocepar, no dia 30 de janeiro, quando entregamos à ele uma proposta de política para o trigo”, lembrou. Esta reunião contou com a presença do secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, de Edilson Guimarães, chefe do departamento de comercialização e abastecimento agrícola e pecuário; José Maria dos Anjos, coordenador geral de cereais e culturais anuais, ambos do Mapa, do coordenador de Projeto do Ramo Agropecuário da OCB, Paulo Cesar Dias, Pedro Loyola, da Faep, Eugênio Stefanelo, da Conab, e de representantes dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No dia 7 de fevereiro, por e-mail, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, agradeceu, em nome da presidenta Dilma Rousseff, pelo envio feito pela Ocepar, das propostas de um plano para a triticultura e culturas de inverno. “Serão muito importantes para as discussões que estamos fazendo sobre o assunto”, afirmou a ministra.

Debate na Câmara – Koslovski lembra que no final do ano passado, participou de uma audiência pública promovida pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, e requerida pelos deputados Eduardo Sciarra (PSD-PR), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Moreira Mendes (PSD-RO) e Eleuses Paiva (PSD-SP) e que contou com a presença de representantes da Abtrigo, Ministérios da Agricultura, Fazenda e Comércio Exterior. “Nesta reunião do dia 5 dezembro de 2012, alertei que o Brasil tem potencial para produzir mais trigo, mas falta política pública para o setor”.

Koslovski destacou na ocasião quais medidas seriam necessárias para aumentar a produção nacional de trigo. Entre elas, vontade política para inserção do produto na pauta do agronegócio; interação entre todos os atores da cadeia do trigo; definição de política de comércio externo, especialmente no Mercosul; e políticas públicas claras para o cereal. Em 2012 a área cultivada de trigo foi de 1,88 milhão de hectares, “quando o potencial é de 5 milhões de hectares”, destacou o dirigente cooperativista. Já a estimativa da produção é de 5,2 milhões de toneladas para um potencial de 14 milhões.

Segundo o dirigente, com uma política consistente para o setor, a demanda interna seria suprida. “Por causa da falta de estímulo, a produção de trigo no Paraná caiu 35% nas duas últimas safras, precisamos reverter este cenário, afinal, todos perdem com isso”, alertou.

Seab – Durante a reunião realizada na sede da Ocepar, no dia 30/1 com Neri Geller, o secretário da Agricultura do Estado do Paraná , Norberto Ortigara defendeu a proposta elaborada em conjunto pela Seab, Faep, Ocepar, OCB e Fecooagro com algumas definições para as culturas de inverno, especialmente para o trigo. “A ideia é defender uma proposta ousada para o setor para que os nossos produtores sejam incentivados a voltar a produzir o cereal, para muitos a única opção de cultura no inverno. Trigo requer a presença do estado, não dá para ser de outra forma, não só pela tradição mas pelas suas dificuldades ele requer uma presença mais forte dos ministérios da Agricultura e da Fazenda definindo apoios e intervenções. Estamos aqui para contribuir”, ressaltou o secretário da Agricultura.

Ocepar - Koslovski ressaltou que nas duas últimas safras o Paraná reduziu sua área em 35% e o trigo é uma cultura importante para o Sul do País e para o Centro Oeste e para a economia de divisas. “Esta faltando uma vontade política para inserir as culturas de inverno nas políticas macros do Ministério da Agricultura”. Outro ponto defendido pelo dirigente cooperativista é sobre a necessidade de uma maior interação da cadeia produtiva. “Existe uma interdependência entre o produtor, a indústria e o consumidor. Sistematicamente esses três setores estão distantes um do outro. O ministério poderia exercer uma liderança em aglutinar os três setores para que todos possam continuar atuando no setor do trigo. Harmonizar também esses interesses com a pesquisa e a extensão rural para que possamos ter um processo educacional sobre as melhores variedades”, frisou. Outro ponto levantado pelo presidente da Ocepar é em relação de uma política de comércio exterior para o cereal. “Algumas decisões precipitadas as vezes acabam prejudicando a cadeia produtiva, quando se abre portas para trazer cereal de fora com trigo de excelente qualidade aqui dentro, entre outros pontos”.

Leia aqui a integra do documento elaborado pelas entidades entregue ao governo.

(Fonte: Sistema Ocepar)

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