Workshop lança soja com alta proteína na OCB
Essas características permitem o uso na indústria de alimentos à base de soja, como bebidas lácteas e queijos, além da produção industrial de proteínas isoladas.
O melhoramento genético de soja (Glycine Max (L.) Merrill) com alta proteína foi iniciado há 14 anos, pela Companhia de Promoção Agrícola (Campo), em parceria com as empresas japonesas National Institute of Agrobiological Resources (Nair) e a Food Department da Mitsubishi.
Na abertura do encontro, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luís Carlos Guedes Pinto, destacou a importância da cooperação entre o Brasil e o Japão para desenvolvimento da pesquisa. “Esse exemplo que o Grupo Campo nos dá hoje, de colaboração entre o setor público e privado, é muito significativo e deve ser disseminado no Brasil”, disse Guedes.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, enfatizou a importância do investimento em pesquisa para a evolução da qualidade dos produtos nacionais. “Podemos oferecer à agricultura brasileira uma diversidade fantástica se tivermos pesquisa, atenção e, sobretudo, decisões políticas para que isso aconteça.” O presidente da OCB também chamou a atenção para a importância do uso da soja na alimentação humana.
O embaixador do Japão, Ken Shimanouti, esteve presente à abertura do evento, ao lado do presidente do Grupo Campo, Emiliano Pereira Botelho, do vice-presidente Shigeki Tsutsui e do presidente do Conselho de Administração do Grupo, Alisson Paulinelli.
Evento reúne especialistas do agronegócio
Promovido pelo Mapa, OCB e Grupo Campo, o workshop, realizado hoje (23) em Brasília (DF), reuniu pesquisadores internacionais e profissionais do agronegócio. Os debates enfocaram temas como a geração de valor com sojas diferenciadas, investimentos no setor, a evolução histórica do grão como alimento, a importância nutricional e terapêutica da soja, além das características agronômicas e industriais das cultivares produzidas pela Campo.
A pesquisa da soja de alta proteína iniciada em 1992, teve como modelo a soja japonesa, de alta qualidade. No decorrer do projeto, o diretor geral da Campo Biotecnologia, Sebastião Pedro da Silva Neto, adaptou o produto japonês às condições da região dos Cerrados. Foram utilizados métodos de melhoramento genético convencional, apoiados em técnicas de biotecnologia. Com isso, foram criados sete tipos de cultivares adaptadas às condições de produção do cerrado. A soja de alta proteína é apta à produção de farelo altamente protéico - voltado para a nutrição animal – e grãos que podem ser utilizados na produção de alimentos para consumo humano.
Segundo Neto, o teor de proteína contido nessa soja é 5% a 10% superior aos índices normais de referência. Além disso, o produto possui alto potencial produtivo em relação às variedades convencionais utilizadas no Cerrado. "As características físico-químicas dessas espécies permitem uso na indústria de alimentos à base de soja, a exemplo de bebidas lácteas e queijos", explica o diretor geral da Campo Bioteconlogia. (Foto: No hall da sede da OCB, em Brasília, foram expostas mostras de produtos e da soja in natura de alta proteína)
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