Solidariedade cooperativista
A pandemia de coronavírus tem provocado ações solidárias de diversas cooperativas pelo Brasil. Uma delas é a Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), com sede nas cidades de Rio Grande e Cruz Alta (RS). A instituição doou R$ 150 mil em respiradores e materiais de proteção individual, como máscaras, a três hospitais da região – São Vicente de Paula, em Cruz Alta, e a Santa Casa e o Hospital Universitário da Furg, em Rio Grande. Também houve o repasse de R$ 100 mil em leite em pó (ou seis toneladas), que farão parte de cerca de 6 mil cestas básicas a serem distribuídas a moradores das duas cidades em que atua. “Nós tínhamos duas preocupações. Uma era como enfrentar a doença, dar estrutura para o atendimento hospitalar. E a outra era que a paralisação da economia, do comércio, poderia causar desemprego, dificuldade de as famílias terem recursos para suas necessidades básicas”, afirma o presidente da CCGL, Caio Vianna. “Sempre ficou claro que uma instituição como a nossa deveria ter alguma ação de enfrentamento e não ficar achando que a obrigação é inteira dos governos federal, estaduais e municipais. A responsabilidade é de todos”, destaca. As cooperativas gaúchas, inclusive, têm sido bastante atuantes em ações para minimizar os efeitos da crise do coronavírus. Além da CCGL, várias outras realizaram ações solidárias. A Cresol, de Erechim, doou R$ 30 mil para entidades de saúde da região adquirirem testes para detecção da Covid-19 e suprimentos de proteção. Já a Coasa repassou R$ 144 mil a cinco hospitais do estado. Os recursos serão usados para compra de alimentos de agricultores familiares e também de equipamentos de proteção individual. E o Sicredi Zona Sul RS destinou todos os recursos do Fundo Social de 2020, um total de R$ 301 mil, às secretarias de Saúde dos municípios de sua área de atuação. presidente do Sistema Ocergs, Vergílio Perius, relata:
Aqui no Rio Grande do Sul, temos inúmeras situações onde as cooperativas estão na vanguarda das iniciativas de responsabilidade social em suas comunidades. Cooperativas dos mais diversos ramos de atividades estão liderando ações de combate à pandemia e, ainda, ações para amenizar as dificuldades daqueles que estão sendo atingidos pelos desdobramentos dessa enorme crise, que é mundial. Estamos em consonância com o que a ONU declarou em 2012, que as cooperativas constroem um mundo melhor. E elas fazem isso todos os dias, estando presentes e participando social e economicamente das comunidades onde estão inseridas”
Na Paraíba, a Cooperativa Agroindustrial de Piabuçu (Frutiaçu), da cidade de Rio Tinto, doou 560 quilos de mamões para hospitais e entidades beneficentes da capital João Pessoa. “Por conta da pandemia, muitas feiras livres foram canceladas e alguns programas do governo, a exemplo do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), estão parados. A cooperativa está passando por momento de dificuldades de vendas dos produtos e, por isso, resolveu doar produtos que iriam se perder”, conta o cooperado Alex Magno. Em Maringá (PR), a Cocamar Cooperativa Industrial repassou 13 mil litros de álcool 70%, produzido em seu parque industrial, a hospitais, empresas de transporte público e entidades da cidade e cerca de 2 mil máscaras-respiradores a hospitais e ao Corpo de Bombeiros. Produtora de fios têxteis, a cooperativa também está fabricando, em parceria com a Unicesumar e a indústria de confecções Recco, fronhas e lençóis para hospitais de Maringá, Sarandi e Londrina. o presidente-executivo da Cocamar, Divanir Higino, comenta:
Momentos difíceis como este servem para unir as pessoas. Tenho a certeza que isso nos tornará mais fortes. A Cocamar está prestando sua contribuição, para que hospitais e entidades consigam continuar cuidando das famílias mais necessitadas e possam atravessar esse momento com mais tranquilidade e reduzir, de alguma forma, os riscos de contaminação”
Essa matéria foi escrita por Alessandro Mendes e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.