Fórum de Energia Cooperativa: transição energética e sustentabilidade
Evento discute papel e impacto do cooperativismo no setor de geração distribuída
Confederação Nacional das Cooperativas da Alemanha (DGRV), deu início ao Fórum Latino-Americano de Energia Cooperativa, nesta quarta-feira (04). O evento, que terá dois dias de duração, tem como objetivo promover a troca de conhecimentos e experiências sobre o desenvolvimento da energia cooperativa na América Latina, e reúne representantes de diversos países, como Brasil, Chile, México, Colômbia, Honduras e Alemanha. Cooperativas de geração distribuída de energia, reguladores, entidades de representação e cooperativas interessadas em gerar sua própria energia também participam da programação. O Sistema OCB, em parceria com a
A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, abriu o evento ao lado de outras autoridades. Ela destacou a relevância da energia como um insumo estratégico para o cooperativismo. "O coop trouxe a energia como uma prioridade em nossas operações e aliou produção com sustentabilidade. Vimos, nesse segmento, a oportunidade de alavancar, ainda mais, o tema da transição energética, não só nas cooperativas de geração distribuída, mas também no Ramo Crédito, que investe nesse setor. Somos modelos de boas práticas e podemos liderar essa transformação", afirmou.
Petra Schmidt, representante da embaixada da Alemanha no Brasil, ressaltou a longa parceria entre o país europeu e o Brasil em prol do desenvolvimento sustentável. Para ela, a transição energética e as mudanças climáticas são desafios globais que exigem uma ação conjunta. "As cooperativas possuem um papel fundamental quando permitem que as comunidades participem ativamente da economia de transição energética. Na Alemanha, mais de 800 cooperativas atuam no setor e mostram que é possível democratizar o acesso à energia renovável e fortalecer as economias locais", destacou.
O embaixador brasileiro Laudemar Gonçalves de Aguiar Neto, presente na mesa, reforçou a relevância histórica da cooperação entre os dois países e o impacto das cooperativas de energia no Brasil. Ele enfatizou que a transição energética é uma questão existencial que demanda novas tecnologias e a priorização de soluções sustentáveis. "Em 2023, as cooperativas brasileiras ofereceram energia de qualidade para mais de 800 municípios, com 39 delas especializadas em geração distribuída. O cooperativismo tem um papel crucial nesse processo quando promove uma transição justa e inclusiva, que combate a desigualdade econômica e social".
Kalina Nerger, representante da DGRV, sublinhou o papel das cooperativas na descentralização da geração de energia e na promoção de benefícios sociais e ambientais. Segundo ela, a energia não é apenas um recurso, mas um catalisador de mudanças sociais, e as cooperativas possuem o poder de liderar essa transformação. "A geração cooperativa de energia é uma solução efetiva para garantir o acesso à energia limpa e renovável, ao mesmo tempo em que reduz os custos e promove a participação socioeconômica".
Caminhos para a transição
O primeiro dia do fórum continuou sua programação com uma série de painéis que proporcionaram debates sobre transição energética e desenvolvimento sustentável global. A gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta, apresentou a estrutura de representação do cooperativismo brasileiro e ressaltou o impacto positivo do movimento no cenário econômico e social. "O cooperativismo é uma força transformadora e global. No Brasil, temos as maiores cooperativas de saúde e de café do mundo. Ainda assim, aprendemos com outros países e também compartilhamos nosso conhecimento".
Ela destacou que municípios com cooperativas registram um aumento de R$ 5 mil no PIB per capita, além de avanços na geração de empregos e na balança comercial. "O cooperativismo sabe suas prioridades e desafios, e por isso, trabalhamos constantemente para fortalecer sua competitividade", finalizou.
A gerente de Desenvolvimento de Cooperativas, Débora Ingrisano, discorreu sobre os programas e soluções da entidade voltados para a fundação, crescimento e perenidade das cooperativas de energias. Ela enfatizou que a solidez econômica é essencial para todas as cooperativas a longo prazo. "Nosso foco é disponibilizar ferramentas que impulsionem a consolidação das cooperativas no mercado, garantindo não apenas o crescimento, mas também sua permanência para que continuem desempenhando seu papel no desenvolvimento sustentável".
Alex Macedo, coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, participou do painel Visão geral da energia cooperativa na América Latina. Em sua fala, ele afirmou que a verdadeira transição energética exige mais do que tecnologia e destacou o avanço da energia cooperativa no Brasil. "Já temos 16,5% das cooperativas gerando sua própria energia. No entanto, ainda dependemos de uma mudança comportamental e de um maior letramento sobre o tema. É preciso democratizar o acesso à energia, tornar o conceito de geração comunitária e coletiva algo compreensível e acessível para todos", explicou.
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