Água de beber em pleno sertão

No sertão de Sergipe, o calor castiga e a estiagem dura oito meses. Nesse período, falta água para as pessoas e também para a plantação. Disposta a reverter esse quadro, a cooperativa Cercos começou a cavar e revitalizar poços artesianos nas comunidades onde atua. 

A ideia surgiu do pedido de um cooperado que, com razão, reclamou de um poço desativado há mais de 30 anos no povoado Luiz Freire, por falta de manutenção. Ele foi até a cooperativa em busca de ajuda para voltar a plantar.  

Desde a revitalização do poço, a nossa vida [na comunidade] melhorou uns 80%”, comemora Josiel Souza Castelo, o “dono” da ideia. “As pessoas que antes passavam sede, não passam mais. Melhorou o valor da terra. Ano passado [depois do poço ser reaberto], conseguimos tirar 300 sacos de batata, antes não tirávamos nem um saco, porque não plantávamos nos meses de estiagem. Ganhamos mais dinheiro e estamos vivendo bem melhor.”

Com o sucesso dessa primeira empreitada, os cooperados da Cercos fizeram uma assembleia e decidiram perfurar e revitalizar outros poços artesianos em novos locais. Para isso, também definiram pela destinação de 25% das sobras da cooperativa, em 2018 e 2019. 

Além de melhorar a qualidade de vida das comunidades que sofriam com a inexistência ou deficiência da rede de abastecimento de água, o projeto possibilitou o incremento da geração de renda, já que o acesso à água contribui substancialmente com a agricultura familiar produzida pelos cooperados. O projeto abrangeu mais de 100 famílias e aproximadamente 430 pessoas ligadas direta e indiretamente à cooperativa. É o cooperativismo feito por e para pessoas!


FICHA TÉCNICA

Cooperativa: Cercos (SE)

Ramo: Infraestrutura

Projeto: Escavação e Revitalização de Poços Artesianos

Indicadores de desempenho:

- Aumento do número de casas com água encanada e potável ligadas à rede de distribuição, de 20 para 143 residências.

- 64 produtores da agricultura familiar agora têm acesso à irrigação para suas culturas 

- O acesso à água fornecida pelos poços artesianos, para consumo próprio passou de 60 para 429 pessoas

- O projeto atende 6 comunidades: Tabocas — que não recebia apoio do Poder Público e não tinha água encanada —,Piçarreira, Luiz Freire, Açuzinho, Açu Velho e Lagarto.

https://www.youtube.com/watch?v=D30D8LlgQak


Esta matéria foi escrita por Lílian Beraldo e está publicada na Edição 40 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação


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