Compromisso muito além da legislação

A Unimed Londrina, no Paraná, sempre teve colaboradores com limitações físicas, mas em 2016 implantou um programa específico para ampliar o quadro com a inclusão de pessoas com deficiência intelectual e deficiência auditiva severa e profunda. Atualmente, cerca de 5% dos seus mais de 600 colaboradores possuem alguma deficiência. Eles estão alocados em áreas diversas, como apoio operacional, financeiro, gestão de contas, atendimento, SAC, farmácia e controladoria.


Conforme explica a gerente de Responsabilidade Social, Fabianne Piojetti, o Projeto Unir é focado em duas etapas: a seleção e, em seguida, a adaptação da pessoa com deficiência. Durante a seleção, a assessoria de desenvolvimento humano, o setor de responsabilidade social, um psicólogo ou assistente social e, em muitos casos, um familiar do candidato discutem suas habilidades e restrições para checar se ele está apto para determinada vaga. Se necessário, contam também com intérprete de língua de sinais.

Temos um trabalho detalhado para que eles consigam ter uma função adaptada às suas limitações, mas também sintam-se desafiados”, explica.

Além disso, o candidato é encaminhado para conhecer sua potencial área de trabalho. “Ele é levado na área para fazer um reconhecimento, ver se sente-se bem ali. Afinal, ele também tem de aceitar a Unimed, não é só a Unimed aceitá-lo”, diz.


Uma vez contratados, esses novos profissionais passam por um período de adaptação acompanhado de perto pelo chefe direto. Houve funcionária com deficiência intelectual, por exemplo, que apresentou dificuldade de leitura, habilidade necessária para sua função. A Unimed, então, contatou a instituição social que ela frequenta e pediu para reforçarem o ensino. Em pouco tempo, ela estava adaptada.


Em outro caso, uma funcionária com deficiência inicialmente designada para a recepção mostrou-se tímida e foi realocada para uma função administrativa. “Agora ela está dando show, a gerente está adorando o trabalho dela. É só questão de adaptação”, conta Fabianne.


A primeira colaboradora do projeto que chegou à Unimed Londrina, em 2016, foi Gracielle Nicolino, que tem deficiência intelectual e atua na farmácia. Sua colaboração deu tão certo que, recentemente, o setor pediu por mais uma contratação.

Ela é uma querida, abriu portas para outras pessoas e agora é ela quem ensina e dá direcionamento à nova funcionária”, diz Fabianne.

A gerente destaca, ainda, como as contratações são benéficas não só para os contratados, mas para os demais funcionários e até para as instituições sociais da cidade. “Os funcionários só se surpreendem positivamente. Mesmo quando alguém tem dificuldade, eles apoiam a adaptação e isso muda o olhar deles para serem mais pacientes e trabalharem em equipe. É motivador”. Ela conta, ainda, que no início da contratação de deficientes auditivos foi preciso contar com intérpretes de libras, mas que agora muitos funcionários decidiram fazer o curso disponibilizado pela cooperativa para se comunicarem com os colegas surdos.

Para ela, a iniciativa mostra o compromisso da Unimed com um dos sete princípios cooperativistas: o interesse pela comunidade. “Muitas empresas buscam só preencher a cota exigida por lei, mas o que elas têm feito pelo aprendizado e permanência desses colaboradores? Aqui temos um interesse genuíno pela comunidade”, diz.

Além do Projeto Unir, a Unimed Londrina também participa da campanha da Unimed Nacional Eu ajudo na lata desde 2013, e já doou mais de cem cadeiras de rodas a maio de 30 instituições.



Para nós, trabalhar com pessoas com deficiências é um ganho porque as dificuldades são resolvidas por todos e nos tornam mais unidos.”
Fabianne Piojetti, gerente de Responsabilidade Social da Unimed Londrina


Esta matéria foi escrita por Naiara Leão e está publicada na Edição 25 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação



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