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Histórias que contam resultados

  A Casa do Cooperativismo existe por você e para você! E para mostrar um pouco do que temos feito pelas cooperativas brasileiras, todos os anos divulgamos um Relatório de Gestão, com as principais conquistas e números do exercício. Este ano, decidimos dar mais vida a esses resultados. E a melhor maneira de fazer isso é contando as histórias de quem teve a vida impactada por uma ação do Sistema OCB. A partir dos relatos que publicaremos nesta e nas próximas edições da revista Saber Cooperar, esperamos transformar nossos números em pessoas reais; nossos resultados em algo tangível para nossas cooperativas. O objetivo é um só: dar a cada um de vocês a certeza de que o cooperativismo brasileiro está sendo visto, ouvido e muito bem cuidado pelo Sistema OCB.   ENERGIA PARA CRESCER   No interior do Rio Grande do Sul, no município de Teouônia, um pequeno grupo se uniu para levar energia a 150 pessoas que moravam na área rural da cidade. A usina criada por eles em 1956 foi o embrião do que hoje é a Certel, cooperativa de infraestrutura que atende a 70 mil associados em 48 municípios do estado. “Nossa primeira usina gerava energia até as 21h, dava três piscadas e o pessoal ia dormir”, lembra o hoje presidente da Certel, Erineo José Hennemann, sobre o início da empreitada. De lá para cá, a cooperativa cresceu e se tornou grande provedora de soluções para as comunidades. Atualmente, conta com quatro usinas hidrelétricas e uma solar que geraram, em 2019, cerca de 8.300 MWh por mês — o suficiente para fornecer energia elétrica para 62 milhões de pessoas, o equivalente a toda a população da Itália, durante igual período. De olho no futuro, um novo empreendimento de geração de energia limpa já está a caminho (veja quadro). E ele contará com a segurança jurídica necessária para crescer, de forma sustentável, graças a uma atuação política estratégica do Sistema OCB. Nos últimos anos, a Casa do Cooperativismo intensificou o diálogo e a aproximação do setor com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Com isso, conseguimos padronizar os prazos de permissão e autorização de prestação de serviços de distribuição de energia elétrica para as cooperativas. Agora, nossas associadas têm concessão garantida por 30 anos, intervalo de tempo no qual é possível realizar um planejamento estruturante de longo prazo. A medida garante o acesso das cooperativas à subvenção nos casos de baixa carga —  ação que diminui os riscos da atividade econômica e amplia o acesso dessas cooperativas ao crédito. Além disso, elas agora terão acesso a linhas de financiamentos com carência e prazos adequados à atividade. Clara Maffia, gerente técnica e econômica da OCB, explica:
São muitos anos de trabalho árduo, e em 2019, obtivemos um grande avanço com a assinatura do contrato de permissão de 14 cooperativas, finalizando o processo de enquadramento iniciado em 2008. O contrato dá segurança jurídica para a cooperativa continuar a prestar serviços públicos de distribuição de energia com qualidade”
Se antes de poder se planejar a longo prazo, a Certel já se destacava nacionalmente pela qualidade dos serviços prestados, imagine os resultados que ela poderá gerar nos próximos anos? Apenas para você ter ideia, em 2019, a cooperativa foi considerada a sétima melhor distribuidora de energia, entre as mais de 120 distribuidoras do país. A pesquisa foi feita pela Aneel a partir de entrevistas com usuários do sistema. A honraria tem razão de ser. Afinal, a Certel oferece hoje a menor tarifa de energia elétrica do estado do Rio Grande do Sul – 30% menor que a das grandes distribuidoras. Quer mais? A partir dos ganhos conquistados ao longo do ano passado, a cooperativa vai distribuir R$ 10 milhões em bônus de energia aos seus associados, no período de maio a dezembro de 2020. Isso significa mais economia a todos os cooperados por meio de uma conta de energia mais barata. “Quando se fala tanto em aumento de tarifas, a Certel está fazendo o contrário, está reduzindo a tarifa. É a missão do cooperativismo: ter o melhor serviço e uma tarifa menor do que o mercado.”   PROJETO ILUMINADO A partir de uma ação de intercooperação inédita, a Certel lançou, em fevereiro deste ano, o projeto da Hidrelétrica Vale do Leite, que será construída no Rio Forqueta, entre os municípios de Pouso Novo e Coqueiro Baixo. Cerca de R$ 45 milhões serão investidos a partir de financiamento do Sicredi de Teutônia, Sicredi de Lajeado, Sicredi de Encantado e Sicredi de Soledade. Isso mesmo! Quatro instituições cooperativas de crédito se uniram à Certel para bancar e levar essa obra para frente. “Cada megawatt gerado nessa hidrelétrica vai substituir um megawatt de energia não renovável como é o caso do diesel ou fontes poluidoras. E para o estado do Rio Grande do Sul representa 1 megawatt a menos que o estado tem de comprar de outros estados”, disse Erineo José Hennemann, presidente da Certel, sobre o início da empreitada. O executivo destaca que a nova usina vai gerar 6,4 MWh – o suficiente para atender 20 mil pessoas por mês. E os ganhos para a comunidade não param por aí.  Além de mais energia disponível para todos, a Certel também se preocupa com a geração de renda local. Por isso, a usina será construída por técnicos da cooperativa. Celebra, Hennemann
Nossa cooperativa tem um corpo técnico especializado em construção de usinas. Com isso, conseguimos gerar emprego e renda para a região”
O prazo para finalização do empreendimento é de 18 meses. O presidente da Certel  destaca, ainda, a importância de se gerar energia próximo às fontes de demanda, ou seja, perto de onde ela será consumida. “É importante porque dá confiança maior ao usuário/associado”, disse, destacando que a Certel tem uma rede de 4,5 mil quilômetros e 8 mil transformadores. Nos próximos anos, a Certel vai continuar mantendo o foco de incremento na geração por meio de energias renováveis (a hídrica, a solar, a eólica, a biomassa) e próximo aos centros consumidores. “Isso reduz investimento em redes de transmissão porque fica próximo a quem precisa da energia”, conclui Hennemann. Atualmente, a cooperativa conta com 500 colaboradores e 200 funcionários contratados por meio de empresas terceirizadas.   DEMOCRACIA ENERGÉTICA Em 2016, o cooperativismo brasileiro comemorou mais uma vitória importante, que contou com a participação direta da Casa do Cooperativismo. Naquele ano, entrou em vigor a Resolução 687/15, que autorizou as cooperativas a produzirem energia renovável para consumo próprio no sistema de compensação Com isso, cooperativas de todos os ramos puderam criar suas próprias usinas de energia renovável para reduzir suas contas de energia, sendo que o excedente pode ser revertido em crédito para o abatimento em contas futuras. “Acreditamos que as cooperativas brasileiras têm potencial para gerar sua própria energia, e que essa  é uma oportunidade de diversificação econômica para o nosso movimento”, explica Clara Maffia, gerente técnica do Sistema OCB. Para divulgar esse pensamento junto à base, a OCB e suas unidades estaduais realizaram 11 workshops regionais sobre o assunto, em parceria com a Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV). A Resolução 687/15 da Aneel também permite que um grupo mínimo de 20 pessoas constitua uma cooperativa para produzir a própria energia, que será distribuída na forma de créditos em kWh na conta de luz entre os cooperados, em percentuais previamente aprovados por todos os cooperados. Vale  destacar: antes da publicação dessa resolução, apenas pessoas físicas estavam autorizadas a fazer essa geração, individualmente, para consumo próprio — regra prevista na Resolução 482, de 2012, da Aneel.   ⇒ Baixe a íntegra do Relatório de Gestão 2019 da OCB e veja o vídeo resumo com os resultados do exercício: [embed]https://www.youtube.com/watch?v=6EwFd1Gbuak&feature=youtu.be[/embed]
Essa matéria foi escrita por Lílian Beraldo e Guaíra Flor e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.

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