Referência na comunidade
Quando a Cooperativa Pradense (Cooprado) foi fundada na cidade de Antônio Prado (RS), em 1974, o jovem Osvaldo Conte compareceu à assembleia de fundação para representar seu pai, que era o primeiro associado, mas estava doente. Ele tinha apenas 14 anos e mal sabia que ali começava a sua história com o cooperativismo, que já dura mais de 40 anos.
Osvaldo, hoje com 61 anos, começou na cooperativa como balconista. Foi gerente de loja, diretor e em 2001 assumiu a presidência pela primeira vez.
São 44 anos na cooperativa. Ali, no dia da fundação, eu entendi o espírito, mas ainda de forma superficial. Depois, comecei a gostar do cooperativismo e entender que o associativismo seria muito importante para a agricultura familiar e da nossa região, que é de pequenas propriedades”, explica.
A Cooprado trabalha com diferentes produtos agropecuários: insumos agrícolas, hortifrutigranjeiros, laticínios, grãos e vinho, frutos do trabalho de cerca de 1.200 famílias cooperadas. Na cidade de colonização italiana, o cultivo da uva tem grande importância na região. A maior parte da receita da Cooprado vem da venda dos vinhos. Em meio à pandemia, o consumo da bebida aumentou e o faturamento cresceu mais do que o dobro do previsto para 2020. “O nosso papel é fundamental para a sobrevivência dessas famílias e o resultado do ano foi excepcional”, pontua Conte.
CARTEIRA ASSINADA
A cooperativa foi a primeira (e única) assinatura na carteira de trabalho de Conte, feito que o orgulha.
Eu não sei como é ali fora, mas me apaixonei pelo cooperativismo e é o sistema que mais me fascina. Mas tem que gostar e saber muitas vezes suportar críticas, no meu cargo como presidente”, pondera.
Para vencer os desafios da gestão, Conte criou 24 núcleos para democratizar e envolver os cooperados na administração da empresa. Todos os grupos compõem o conselho consultivo e participam das decisões da empresa, “distribuindo o poder”, como define.
O trabalho e a dedicação de tantos anos o tornaram referência na comunidade de pouco mais de 13 mil habitantes. “A cooperativa me deu tudo na vida. Para ser presidente, você tem que ser um pouco padre, um pouco advogado, um pouco conselheiro, para poder se sustentar e ter credibilidade com o associado. Meu maior papel é fazer com que o cooperado entenda que ele é o dono, a cooperativa é o agronegócio dele”, diz.
Esta matéria foi escrita por Amanda Cieglinsk e está publicada na Edição 32 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação