ESG na prática: Sistema OCB organiza evento sobre neutralidade de carbono

Iniciativa buscar dar visibilidade para ações de sustentabilidade no cooperativismo

CCPR promove evento sobre ESG e neutralidade de carbonoCCPR promove evento sobre ESG e neutralidade de carbonoO Sistema OCB e a Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR) promoveram nesta quarta-feira (17), o programa Um dia no Campo, como parte das atividades do evento ESG na prática: neutralidade de carbono, realizado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A experiência aconteceu na Fazenda Duas Meninas, em Curvelo, Minas Gerais e teve como objetivo instruir cooperados e técnicos a respeito da metodologia de coleta de amostras de solo para quantificação dos estoques de carbono. O evento ESG na prática segue até esta sexta-feira (19) e conta com a participação de 30 coops mineiras e uma goiana.

Laís Nara, analista técnica institucional do Sistema OCB, apresentou o Projeto Neutralidade Carbono, coordenado pela entidade e que representa uma iniciativa piloto que visa inventariar e mensurar a pegada de carbono das cooperativas, além de entender o balanço de emissões de seus cooperados. Três cooperativas do Ramo Agro fazem parte do piloto. "A partir deste ano, o Sistema OCB já planeja oferecer o projeto em âmbito nacional, utilizando os resultados e aprendizados obtidos até agora para aperfeiçoar a solução e disponibilizá-la para mais cooperativas”, explicou Laís. 

Segundo ela, o projeto é importante para que as cooperativas entendam que o assunto da neutralidade de carbono e a pauta ESG devem ser tratados de forma transversal. Dessa maneira, é possível ter capilaridade em todas as suas esferas”. Para Laís, o exemplo da CCPR demonstra a percepção de que a neutralidade de carbono está vinculada à competitividade e necessita de transparência para o acesso a novos mercados. "A partir do momento em que sabe onde carbono é emitido, é possível estipular metas e indicadores para reduzir essas emissões de forma clara. A solução oferecida pelo Sistema OCB busca capacitar as cooperativas nesse sentido", complementou.

O projeto inclui ainda, conforme descreveu Laís, cursos de mensuração de carbono no solo, instrutoria para coleta de amostras, e tecnologias avançadas para a mensuração do GHG Protocol na agricultura e pecuária. Além disso, workshops sobre boas práticas são realizados para auxiliar as cooperativas na neutralização de suas emissões.

O evento também contou com várias outras atividades, como a apresentação do inventário corporativo da CCPR e a coleta in loco de dados e instruções técnicas para os cooperados. A fazenda Duas Meninas, uma das propriedades cooperadas, teve seu estoque de carbono no solo quantificado com base em instruções definidas na metodologia de coleta de amostras de solo. Para isso, foram apresentadas as ferramentas utilizadas e o passo a passo do processo. 

“O primeiro passo que a gente precisa seguir é olhar o polígono ou a delimitação da propriedade para ter uma noção da área a ser medida. Depois, elencar quais são os sistemas produtivos da propriedade. No caso dessa fazenda é a pecuária de leite e grãos para silagem. Precisamos, então, compreender como segregar essa área em termos de sistemas produtivos e definir quantos pontos devem ser analisados. Como aqui existem áreas irrigadas e não irrigadas, foram dois pontos”, descreveu Camila Estevam, pesquisadora do Observatório de Bioeconomia da FGV. 

Ainda segundo Camila, esses pontos são importante para garantir que a coleta cubra o máximo  em termos amostrais da propriedade. “Como seria inviável financeiramente quanto em termos de mão de obra coletar, por exemplo 50 pontos, é necessário chegar no maior número de pontos que serem coletados de forma representativa, sem que isso represente um custo muito alto para o produtor”, completou.

 

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