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Brasília (04/09/19) – Café, leite e suco de uva produzidos por cooperativas estão sendo oferecidos, desde ontem, àqueles que passam pelo Hall da Taquigrafia do Congresso Nacional. Até agora, cerca de 15 mil pessoas passaram no estande para conferir. Essa é mais uma iniciativa realizada pela Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), com o apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), com a intenção de divulgar não só os produtos, mas o potencial que o cooperativismo tem de transformar o país em um lugar mais justo, feliz, equilibrado e com melhores oportunidades para todos.
Os produtos apresentados ao público têm origem em 19 cooperativas, que demonstram a força da agricultura nacional e a rica qualidade dos alimentos e bebidas produzidos pelo setor. São elas: Coocapec, Cooabriel, Coopfam, Cooxupé, Agrocoop, Expocaccer, Minasul, CooperRita, Cemil, Coopatos, Cativa, Frísia, Frimesa, Witmarsum, Castrolanda, Fecovinho, Nova Aliança, Garibaldi e Cooperativa Vinícola Aurora.
A iniciativa também conta com o apoio das Frentes Parlamentares da Agropecuária e do Café, da Associação Brasileira de Cafés Especiais, do Conselho Nacional do Café, da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária e da Embrapa. A degustação que é aberta ao público começou nesta terça-feira (3/9) e vai até amanhã (5/9).
Venha prestigiar!
Local: Hall da Taquigrafia, Anexo II da Câmara dos Deputados.
Data: 3, 4 e 5 de setembro.
Horário: de 9h às 18h terça e quarta, e de 9h às 14h na quinta.
Não é necessária inscrição prévia.
Brasília (3/9/19) – A atuação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), junto aos Três Poderes da República, em prol do desenvolvimento do setor, está sendo apresentada ao longo desta semana em uma série de reuniões técnicas e eventos no México. A convite da Confederação das Cooperativas de Crédito daquele país (Concamex), a gerente de Relações Institucionais da OCB, Fabíola Motta, está detalhando as iniciativas focadas tanto no Congresso Nacional quanto junto ao governo federal e tribunais de justiça, destacando, também, as principais conquistas dos últimos anos.
“Os representantes do movimento cooperativista mexicano estiveram aqui na OCB no ano passado. Eles conheceram um pouco mais sobre nossas ações e gostaram muito do que viram. Além da OCB, também estiveram com representantes da nossa Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e das confederações de cooperativas de crédito aqui do Brasil. A ideia deles é implementar uma atuação de relações públicas com base no que já fazemos”, comentou a gerente.
CONCAMEX
É responsável por representar os interesses das cooperativas de crédito do México e por implementar as políticas de desenvolvimento, consolidação e promoção desse setor. Atualmente essa Confederação atua em prol de 159 cooperativas de crédito e de seus 8 milhões de cooperados e seus familiares.
Que tal um cafezinho diferente? E uma boa xícara de leite? Também pode ser um suco! É que a Frente Parlamentar do Cooperativismo, com o apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), realizará uma degustação de produtos de cooperativas agropecuárias, à base de café, leite e suco de uva, entre os dias 3 e 5 de setembro de 2019, no Hall da Taquigrafia do Congresso Nacional, em Brasília.
O evento tem por objetivo mostrar o quanto o cooperativismo está presente na vida dos brasileiros e, ainda, como a sociedade pode escolher os produtos que vai consumir e, ao mesmo tempo, valorizar o trabalho das famílias que vivem da agricultura.
Ao todo, 19 cooperativas estarão no local com seus produtos, demonstrando a força da agricultura nacional e a rica qualidade dos alimentos e bebidas produzidos pelas cooperativas do setor. São elas: Coocapec, Cooabriel, Coopfam, Cooxupé, Agrocoop, Expocaccer, Minasul, CooperRita, Cemil, Coopatos, Cativa, Frísia, Frimesa, Witmarsum, Castrolanda, Fecovinho, Nova Aliança, Garibaldi e Cooperativa Vinícola Aurora.
A iniciativa conta, ainda, com o apoio das Frentes Parlamentares da Agropecuária e do Café, da Associação Brasileira de Cafés Especiais, do Conselho Nacional do Café, da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária e da Embrapa. Ao longo dos três dias de evento, os visitantes e a imprensa poderão degustar diversos produtos das cooperativas e, ainda, e conhecer um pouco mais sobre cada uma delas.
FORÇA
“Iniciativas como essa são essenciais para mostrarmos à sociedade que o cooperativismo está muito mais presente na vida das pessoas do que elas imaginam. Da hora que a gente levanta até a hora que vamos dormir, consumimos produtos ou serviços de cooperativas. Isso é um fato! E quanto mais as pessoas souberem disso, mais as cooperativas poderão contribuir com o desenvolvimento socioeconômico do nosso país. Afinal, um cooperativismo forte é sinônimo de uma economia forte”, ressaltou Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB.
HARMONIA
“O Cooperativismo é mais que um conceito econômico. As cooperativas são nossos grandes instrumentos de proteção, pois conseguem transformar vidas, garantindo renda sustentável aos produtores, de forma harmônica. Precisamos deles do nosso lado, para que os bons brasileiros de conteúdo, de moral e de ética se insiram dentro do ambiente político e pautem a agenda do nosso país”, comentou o deputado Evair de Melo, presidente da Frencoop.
CAFÉ
O Brasil tem cerca de 100 cooperativas voltadas ao cultivo, beneficiamento e comercialização de café. Além disso, a cafeicultura brasileira está presente em cerca de 1,8 mil municípios e reúne mais de 330 mil produtores. A atividade gera aproximadamente 8,4 milhões de empregos direta e indiretamente e o valor bruto da produção supera os R$ 25 bilhões. Já as exportações rendem, anualmente, cerca de US$ 6 bilhões e, em 2018, o Brasil produziu 61,7 milhões de sacas de 60 kg de café.
LEITE
No tocante ao setor leiteiro, o país tem cerca de 160 cooperativas voltadas à produção, beneficiamento e comercialização de lácteos, que contam com aproximadamente 71 mil cooperados. Na região Sul e Sudeste, as cooperativas respondem com 46,5% e 35,2% da captação total destas regiões. O faturamento total das indústrias associadas ao cooperativismo registra, em média, R$ 8 bilhões anuais. Entre os produtos que se destacam estão o leite longa vida (38% do faturamento), o leite em pó (15%) e o leite pasteurizado (12%). De acordo com o ranking da Leite Brasil, entre os 13 maiores laticínios do Brasil, seis são cooperativas que recebem 37% do volume de leite captado pelo grupo e contam com 52% dos produtores como associados.
Venham prestigiar!
Local: Hall da Taquigrafia, Anexo II da Câmara dos Deputados
Data e horário: 3, 4 e 5 de setembro de 2019, das 9h às 18h (terça e quarta) e 9h às 14h, na quinta.
Não é necessária inscrição prévia.
Florianópolis (2/9/19) – A partir da Lei 5.764/71, que definiu a Política Nacional do Cooperativismo, foi constituída, em 28 de agosto de 1971, a Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), atuando como braço estadual da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), com autonomia administrativa e operacional.
Nesses 48 anos, a Ocesc contribuiu para o crescimento das cooperativas, trabalhando no registro, na representação institucional e sindical patronal construindo soluções com o poder público, instituições privadas, divulgando a doutrina cooperativista e fomentando a criação de novas cooperativas.
Atualmente, 258 cooperativas são registradas na Ocesc, reunindo cerca de 2,4 milhões de cooperados e gerando 63.348 mil empregos diretos, com receitas de R$ 35 bilhões em movimentação econômica.
Para o presidente da Ocesc, Luiz Vicente Suzin, o cooperativismo de Santa Catarina se consolidou ao longo dos tempos através do constante aperfeiçoamento da gestão e atualização das práticas de mercado.
“A Ocesc surgiu para fortalecer e unir as cooperativas em torno de um objetivo em comum. A Organização é a voz do cooperativismo catarinense, defendendo os interesses do sistema”, destacou.
Uma das ações fundamentais para auxiliar no desenvolvimento das cooperativas é o trabalho da Ocesc como Sindicato Patronal. Desde 1999, a Organização passou a prestar serviços jurídicos como legítima representante das cooperativas nas negociações dos acordos coletivos e trabalhistas que envolvem cooperativas e seus funcionários.
“Queremos continuar atuando em prol do cooperativismo catarinense. O trabalho da Ocesc é reconhecido nacionalmente e vem trazendo ganhos às cooperativas, seja pela confiança na responsabilidade dos negócios, ou pela qualidade intrínseca de seus produtos e serviços”, finalizou Suzin. (Sistema Ocesc)
Brasília (04/09/2019) - O Plenário da Câmara aprovou, nesta terça-feira, o Projeto de Lei (PL) 312/2015, que cria a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA), com o objetivo de recompensar financeiramente produtores, cooperativas, indústrias e demais atores do setor produtivo e da sociedade civil que desenvolverem iniciativas de preservação ou recuperação ambiental em suas propriedades.
De acordo com o substitutivo do deputado Arnaldo Jardim (SP), integrante da Diretoria da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e relator do PL 312/2015 no plenário, o Poder Executivo poderá estabelecer no âmbito da política: incentivos tributários destinados a promover mudanças nos padrões de produção e de gestão dos recursos naturais, bem como créditos com juros diferenciados para a produção de mudas de espécies nativas, recuperação de áreas degradadas e restauração de ecossistemas em áreas prioritárias para a conservação.
Para o deputado Evair de melo (ES), presidente da Frencoop e relator da matéria na Comissão de Agricultura, o projeto traz uma contribuição muito grande para o Brasil, no caminho da produção com sustentabilidade. “Mais uma vez, nós vamos ao encontro da busca de equilíbrio entre preservar e produzir, de forma a recompensar aqueles que têm boas práticas de manejo e que exercem suas atividades com responsabilidade ambiental”.
Após a aprovação no plenário da Câmara, o projeto segue agora para o Senado Federal.
Brasília (28/8/19) – Todo ser humano possui algum talento incrível e o coloca em prática a todo minuto. Alguns vão além e utilizam seus dons junto a um bem muito precioso: o tempo. Com isso passam a realizar trabalhos que beneficiam comunidades inteiras e, então, transformam vida por vida, até alcançar milhares de pessoas. Esses são os voluntários e, no Brasil, esses ganharam um dia especial: 28 de agosto, Dia Nacional do Voluntário.
Se olharmos para o trabalho desempenhado pelas cooperativas brasileiras ao longo dos anos, podemos encontrar milhares dessas pessoas executando tarefas incríveis graças ao movimento nacional Dia de Cooperar. Há dez anos, cooperativas incentivam projetos voluntários diferenciados, contínuos e transformadores que mudaram a vida de mais de 2,2 milhões de pessoas em todo o país. Para se ter uma ideia, ao longo de uma década, foram mais de 120 mil voluntários atuando incansavelmente para que mais de mil municípios brasileiros pudessem receber iniciativas que, alinhadas aos princípios da ONU, melhoram a qualidade de vida, a saúde, a educação e o meio ambiente.
A partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), voluntários cooperativistas têm trabalhado para o alcance das mais de 169 metas da agenda 2030. Os objetivos são grandiosos, do tamanho das questões contemporâneas. Tarefas como acabar com a fome, a insegurança alimentar e a agricultura predatória; garantir a educação inclusiva e equitativa de qualidade; alcançar a igualdade de gênero; reduzir as desigualdades; combater a mudança do clima e os seus impactos e, a cada minuto, é possível encontrar alguém cooperando para que mudanças aconteçam.
NECESSIDADE
Uma das pessoas que procura contribuir para que estas metas sejam alcançadas é a Tatiana Pereira de Souza, instrutora de informática da Cooperativa de Ensino de Ourinhos (SP). Para ela, todos os dias, ao acordar, devemos recordar que fazemos parte de uma sociedade que precisa cooperar por um mundo melhor. “São as nossas escolhas e atitudes que determinam se vivemos bem ou mal. A semente do voluntariado aumenta cada vez mais a corrente do bem, pois as atitudes simples movem o mundo. Juntos somos mais e fazemos melhor", diz.
UNIÃO
Lá no Norte do país a transformação a partir do trabalho voluntário também acontece. Por lá está o Artur Almeida, presidente da Cooperativa de Tecnologia do Acre (Cooperatec). Para ele, o Dia C é a porta para celebrarmos o cooperativismo. “É incrível saber que cooperados brasileiros estão unidos com o propósito de promover projetos que mudam vidas de Norte a Sul do Brasil. Ser um voluntário cooperativista é prazeroso é reconfortante”, pondera o presidente.
TALENTO
“O voluntário precisa ter uma força interior para não desistir frente aos obstáculos; seriedade para atuar com comprometimento e profissionalismo; desprendimento para doar seu tempo e energia, calor humano sobressalente para aquecer outras pessoas. E talento: não necessariamente uma habilidade específica, mas a capacidade de caminhar olhando para frente e, ao mesmo tempo, se preocupando em não deixar ninguém para trás”, comenta Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, e parabeniza todos os voluntários pelo seu dia.
“A nossa forma de trabalho torna as cooperativas empresas únicas, distintas de centenas de milhares de estabelecimentos focados no lucro pelo lucro e não no lucro pelas pessoas, como se o ter fosse mais importante que o ser. Aproveito para convidar quem ainda não experimentou esta forma de trabalho que impacta positivamente a sociedade pra se unir ao movimento Dia de Cooperar e assim fazer com que mais atitudes simples mudem o nosso país e consequentemente o mundo”, finaliza.
SAIBA MAIS
A pesquisa Outras Formas de Trabalho 2017, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 7,4 milhões de pessoas realizaram trabalho voluntário, o equivalente a 4,4% da população de 14 anos ou mais de idade. O aumento foi de 12,9% em comparação a 2016.
Entretanto a pesquisa da World Giving Index 2018 – Charities Aid Foundation que publica o Índice Global de Solidariedade, com a medição da solidariedade em 146 países, aponta que o Brasil aparece em sétimo lugar em número absolutos (21 milhões de voluntários) e percentualmente na posição 109 (13%) da população envolvida em ações voluntárias. A pesquisa leva em consideração três modalidades: doação em dinheiro, ajuda a um desconhecido e voluntariado.
Brasília (6/8/19) – O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (27) o Projeto de Lei 2.107/2019, de autoria do deputado Giovani Cherini (RS), que concede o título de Patrono do Cooperativismo Brasileiro ao padre Theodor Amstad. O texto segue, agora, para sanção da Presidência da República, mas lá, no Rio Grande do Sul, a importância da atuação do religioso suíço em prol da disseminação da cultura cooperativista já foi reconhecida. Em 2003, por meio de uma lei estadual, o governo gaúcho concedeu ao padre o título de Patrono do Cooperativismo em nível estadual.
Para o autor do projeto, deputado Giovani Cherini que integra à diretoria da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e também é cooperado, a homenagem é mais do que merecida. É necessária. “Estamos valorizando aquilo que o cooperativismo tem de melhor, desde sua origem. Esse reconhecimento é essencial para que as gerações futuras sempre se lembrem daquele que se empenhou tanto em disseminar esse modelo tão inovador de gerar negócios”, avalia.
PRIMEIRA COOPERATIVA
Theodor Amstad nasceu em 9 de novembro de 1851, em Beckenried, na Suíça. No ano de 1885 chegou ao Brasil e se dedicou a prestar assistência econômica, social e cultural aos colonos do Rio Grande do Sul, dando início ao processo de fundação das associações de lavradores e cooperativas no estado.
O padre foi o responsável por constituir, em 1902, a primeira cooperativa de crédito brasileira no município de Nova Petrópolis/RS, batizada como Caixa de Economia e Empréstimos Amstad. A cooperativa continua em atividade, porém agora com o nome de Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Pioneira da Serra Gaúcha, a Sicredi Pioneira/RS.
Brasília (2/9/19) – Representando o cooperativismo brasileiro, a OCB participou da segunda reunião do Conselho de Administração da ACI, ocorrida na cidade de Ixtapa, no México, entre os dias 28 e 30 de agosto. Dirigentes cooperativistas dos 22 países americanos onde estão as organizações membro da Aliança enviaram representantes.
A reunião tratou do planejamento estratégico da Aliança Cooperativa Internacional para as Américas para os próximos anos. O colegiado priorizou quatro áreas de atuação para a Organização. A partir do próximo ano, a ACI-Americas se dedicará a promover atividades de acesso a mercados, desenvolverá novos serviços de apoio aos membros, apoiará as ações voltadas aos ODS e reforçará sua atuação junto a organismos internacionais de interesse como a OIT, OEA e ONU.
Participando da ACI há 30 anos, a OCB apoia os projetos de integração e cooperação internacional desenvolvidos no âmbito desta que é a principal organização cooperativista do mundo. A participação no Conselho de Administração visa a contribuir para o aprimoramento das atividades oferecidas pela Aliança no continente americano.
Para celebrar os 50 anos de sua criação, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) realizou, 8 a 10 de maio, seu 14° Congresso, discutindo a construção do futuro do movimento diante do cenário econômico e político do país e do mundo, com mais de 1.300 participantes de todo o país.
Trata-se de um movimento que ganhou credibilidade ao longo deste meio século de existência, estando expressivamente presente nos diferentes segmentos socioeconômicos do Brasil, com cerca de 6.800 cooperativas atuantes que nucleiam mais de 14 milhões de cooperados. Para se ter uma ideia da importância dessas empresas, basta dizer que, na área rural, mais da metade da produção agropecuária nacional passa por cooperativas, com uma condição: a grande maioria dos associados é de pequenos e médios produtores. E, na área do crédito, o dado é ainda mais relevante: as cooperativas de crédito só cresceram depois da Constituição de 1988, na qual foram reconhecidas como integrantes do Sistema Financeiro Nacional e passaram a ser fiscalizadas pelo Banco Central, assim como já eram os demais bancos. Com isso, a evolução recente desse setor foi tão espetacular que, se todas as cooperativas de crédito integrassem um único banco de cúpula, este já seria o sexto maior do país, atrás apenas do Banco do Brasil, da CAIXA e dos privados Itaú, Bradesco e Santander. E é um velho sonho dos líderes cooperativistas que essa unicidade seja alcançada num futuro não muito distante.
No Congresso, foram discutidos alguns temas recorrentes nunca resolvidos até então. Entre eles, foi aprovada uma recomendação de que todas as cooperativas, de qualquer ramo de atividade, passassem a ter em seu Conselho de Administração pelo menos uma mulher e um(a) jovem. Antigos líderes não gostavam dessas ideias, argumentando que nos quadros sociais não havia representantes do sexo feminino ou da juventude suficientemente preparados para assumir um cargo nos Conselhos. Com isso, inibiam o acesso a tais pessoas.
Mas desta vez ficou aprovada a tese: mesmo que não existam mulheres ou jovens já capacitados para a função e, portanto, sem condições eleitorais, a direção da cooperativa cooptará pessoas indicadas nos seus comitês feminino e de juventude, que passarão a integrar o Conselho com direito a voz e sem direito a voto (para se diferenciar dos colegas eleitos).
Tal proposta ajudou na reafirmação de outros aspectos que têm a ver com o posicionamento das cooperativas no cenário global.
E aí ressalta a conceituação clara de que cooperativa é uma empresa; constituída sob a orientação da doutrina, margeada por valores e princípios universais, mas uma empresa. Presta serviços aos seus associados para que eles possam progredir econômica e socialmente, mas é uma empresa. Sendo assim, a cooperativa precisa estar inserida nos mercados de forma competitiva, com gestão profissional focada e eficiente, assumindo que a sustentabilidade da sua produção é elemento central da competitividade. Definitivamente, cooperativa não é sociedade beneficente, nem palco para amadores.
Num mundo tremendamente concorrencial, com “guerras comerciais” legítimas ou não – com lideranças mundiais desestabilizando instituições multilaterais construídas a duras penas por décadas, dando espaço para um neoprotecionismo que afetará os países emergentes –, as cooperativas serão elemento de destaque na defesa de pequenos e médios investidores de qualquer setor econômico, garantindo, assim, a inclusão social e a preservação da democracia no planeta.
Artigo publicado na revista Saber Cooperar.
Curitiba (27/8/19) – Durante reunião do Grupo Técnico do Seguro Rural, realizada nesta segunda-feira (26/8) na sede das Ocepar, em Curitiba, com a participação de 20 representantes de cooperativas agropecuárias e de crédito do Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, da Ocepar e Ocesc e Fecoagro, além da OCB, o diretor do Departamento de Risco do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Pedro Loyola, expôs as alterações advindas com a edição da Resolução nº 68, publicada no último dia 13 de agosto no Diário Oficial da União, como a redução da subvenção do prêmio do seguro rural para grãos de verão em até 10 pontos percentuais, enquanto estipula aumento na mesma proporção das subvenções para grãos de inverno, além de incorporar outras atividades na cobertura. Os cooperativistas deixaram clara a preocupação com os reflexos que a redução do percentual e do limite máximo de subvenção para grãos de verão terão sobre a atividade agrícola.
PREOCUPAÇÃO
O superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti, lembrou que o governo federal havia anunciado, por ocasião do lançamento do Plano Safra 2019/2020, a previsão de R$ 1 bilhão no Orçamento para subvenção ao seguro rural para o próximo exercício, frente aos atuais R$ 370 milhões. No entanto, a Resolução 68, que definiu as regras de operacionalização da subvenção dos prêmios do seguro rural reduziu o apoio por produtor. “Por exemplo, nas culturas de verão houve redução de 30% a 40% para 20% a 30% do valor da apólice. Isso realmente preocupa, porque o apoio menor para cada produtor pode não estimular a procura pelo seguro”, ponderou.
CULTURA
Mafioletti disse ainda que, ao lado da intenção do governo, por intermédio do Ministério da Agricultura, de ampliar a base de produtores que possam ter acesso ao seguro rural, é preciso ter em conta que o seguro é uma questão cultural. “Estamos avançando desde 2003, quando saiu a lei, e 2006, quando se iniciaram as primeiras ações de campo. A procura vem crescendo, mas o ritmo não está no patamar de triplicar o número de produtores que vão aderir ao seguro. Este é o cenário. Torcemos, claro, para que haja incremento. Por isso, na reunião com o diretor do Ministério da Agricultura, as cooperativas expuseram essas preocupações e pediram a revisão da Resolução 68 e que volte a valer a regra anterior, que apoiava com percentual maior os produtores rurais”, disse.
MASSIFICAÇÃO
O diretor do Departamento de Gestão de Risco do Mapa, Pedro Loyola sustentou que a Resolução 68 visa realmente abranger um número maior de produtores. “Então, para os produtores das culturas de inverno a subvenção ao prêmio, que antes era de 35%, como também frutas, pecuária, floresta e aquicultura, foi aumentada para 40%”, acrescentou ao confirmar a redução para as demais atividades, principalmente grãos de verão. Segundo ele, o que houve foi uma estratificação melhor conforme os riscos das atividades. “Isso vai refletir em mais produtores dentro do programa, uma massificação do seguro no país, visto que está prometido R$ 1 bilhão em subvenção ao prêmio do seguro rural para o ano de 2020”, garantiu.
AUMENTO
Loyola estimou que a alteração introduzida pela Resolução 68 irá proporcionar um aumento significativo no número de produtores que serão estimulados a acessar o seguro rural. “Hoje, com R$ 370 milhões, o programa de subvenção atende em torno de 70 mil apólices para uma área de cinco milhões de hectares. Com as novas regras e o volume de R$ 1 bilhão, vamos ter 250 mil apólices, com mais de 18 milhões de hectares com área segurada no país. Então, vamos mais que triplicar o programa, o que faz com que possamos atender bem os produtores de grãos e também as atividades que, atualmente, são desassistidas. Temos poucos seguros nos casos da pecuária, de atividade aquícola e florestas, bem como algumas regiões do país, como o Norte e o Nordeste, que têm pouco acesso ao seguro”, argumentou.
NOVAS REGRAS
As novas regras do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), aprovadas pelo Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural durante reunião realizada no dia 8 de agosto, entrarão em vigor no dia 1º de janeiro de 2020. A Gerência de Desenvolvimento Técnico da Ocepar (Getec) elaborou um documento com as principais alterações. (Fonte: Ocepar)
Clique aqui para conferir na íntegra a Resolução nº 68, que traz ajustes no PSR
Clique aqui para conferir o documento da Getec sobre as mudanças
Brasília (29/8/19) – A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (28), o Projeto de Lei do Senado (PLS) 251/2018, do senador Wellington Fagundes (MT), que substitui o local onde deve ser registrada a informação de que a reserva legal (RL) de determinado imóvel está sendo cumprida sob a forma de Cota de Reserva Ambiental – CRA.
Pela redação atual da legislação, tal informação (cumprimento de RL por meio da CRA) deve ser averbada na matrícula dos imóveis envolvidos, ou seja, junto ao Cartório de Registro de Imóveis. Já o PL em questão propõe que tal informação passe a ser inscrita no Cadastro Ambiental Rural (CAR), de forma eletrônica.
COOPERATIVISMO
A senadora Leila Barros (DF), relatora na CMA, apresentou parecer favorável, conforme posicionamento da OCB, visto que a medida contida no PL é positiva e está alinhada com os anseios do setor cooperativista, no sentido de priorizar a desburocratização das medidas envolvidas para o cumprimento das obrigações ambientais.
Nesse sentido, a inscrição da informação no CAR (banco de dados destinado justamente para concentrar as informações ambientais dos imóveis rurais) é a medida mais adequada do que o previsto na legislação atual. Inclusive, por ocasião da tramitação do Código Florestal, a OCB já havia feito indicação com o objetivo de excluir qualquer vinculação das obrigações ambientais com o Registro de Imóveis (concentrando todas elas no CAR).
Caso não seja apresentado para deliberação pelo Plenário do Senado, o projeto seguirá para deliberação da Câmara dos Deputados.
Brasília (26/8/19) - Um grupo de 25 agricultores do Rio Grande do Sul participou, dias 20 e 21 de agosto, de uma capacitação sobre otimização do uso da terra na Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS). As atividades fazem parte do convênio Embrapa e Organização das Cooperativas do Brasil (OCB e Sescoop). O treinamento contou com palestras, práticas de campo e visitas a propriedades rurais.
Através da parceria Embrapa-OCB-Sescoop, os profissionais dos departamentos técnicos das principais cooperativas de grãos do Brasil estão participando de um programa de qualificação em cereais de inverno e temas transversais. Já foram cinco turmas, com quase 150 técnicos, contabilizando mais de 800 horas de treinamento. Para ampliar o alcance das ações, foi elaborado um módulo direcionado aos agricultores cooperativistas. Foram dois encontros para agricultores no ano passado e uma nova edição aconteceu nesta semana, dias 20 e 21 de agosto.
De acordo com o chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, a participação do agricultor cooperado vai estimular a adoção de novas tecnologias com maior segurança na tomada de decisão, apoiando o trabalho da assistência técnica da cooperativa.
No primeiro dia (20/08), o foco da capacitação foi a agricultura conservacionista. Além de palestras, os agricultores também visitaram a unidade da Embrapa Trigo que fica em Coxilha, RS, local que sofreu diversas intervenções nos últimos anos para assegurar a fertilidade do solo, com estratégias de descompactação, rotação de culturas, terraceamento e plantio em contorno, entre outras. Outra visita foi na Fazenda Falcão, em Sarandi, RS, onde os participantes puderam ouvir a experiência do produtor Humberto Falcão na adoção de práticas para conservar a fertilidade do solo e reduzir custos na produção de grãos.
A agricultura conservacionista foi motivo de reflexão para o produtor de Espumoso, RS, Felipe Broch: “sempre acreditamos que fazíamos o melhor pela lavoura, mas aqui vemos que podemos melhorar muito. Na nossa rotação com trigo, aveia e soja, precisamos de outras alternativas para fechar o solo de março a junho, entre a colheita de verão e a semeadura de inverno. Vamos tentar capim sudão, milho ou milheto. Aprimorar o plantio em nível, avaliar a possibilidade de alguns terraços. Não adianta investir no melhor fertilizante sem cuidar do solo. Esse foi o principal recado que aprendemos aqui”.
O tema Integração Lavoura-pecuária-floresta fez parte da programação no segundo dia do encontro (21/08). O uso de trigo de duplo propósito na pecuária chamou a atenção do produtor Fauro Loreto da Rocha, de Santa Bárbara do Sul, RS. Sempre atrás de novidades, veio à Embrapa em busca de atualização. “Trabalhamos com a cobertura permanente do solo, com a semeadura do milheto sobre a soja e aveia no inverno. Agora vamos experimentar o trigo duplo propósito visando a possibilidade de aumentar a lotação nos piquetes”, conta Fauro. Ele ficou inspirado com o depoimento do produtor Ivonei Librelotto, que tornou a propriedade em Boa Vista das Missões, RS, uma referência nacional em sistemas de produção de grãos e engorda de bovinos de corte: “o investimento em genética e planejamento forrageiro, somados a boas práticas de manejo, permitiram aumentar o rendimento de grãos em quatro vezes e aumentar a produção de carne em oito vezes”, conta Librelotto.
MODELO AMERICANO
O analista da Embrapa Trigo, Giovani Faé, apresentou algumas informações sobre o sistema de produção agropecuária no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, coletadas durante o curso de doutorado. “Vimos muitas semelhanças com as propriedades rurais do sul do Brasil. Apesar do período produtivo limitado de abril a agosto, os produtores mantêm os cuidados com a conservação do solo, como semeadura em contorno, rotação, consórcios. Outro destaque é a vigilância para a contaminação dos rios, principalmente com o cuidado na incorporação de adubo orgânico ao solo. Modelos de discussão, como o nosso Amigos da Terra, também são comuns por lá”, conta Faé.
O pesquisador destaca a parceria das instituições públicas e universidades com o setor produtivo para viabilizar as ações de pesquisa e transferência de tecnologias. Segundo Faé, 1% do valor sobre toda a soja comercializada é destinado a um fundo, gerenciado por uma associação, que define, junto com os pesquisadores e produtores, as prioridades de investimento.
Em 2018, Giovani Faé trouxe um grupo de 13 produtores americanos para conhecer a produção brasileira de grãos, percorrendo dez cidades do Brasil, do Rio Grande do Sul ao Distrito Federal. A ideia agora é levar um grupo de brasileiros para ver a produção agrícola nos Estados Unidos.
COOPERATIVISMO EM ALTA
No mundo, 1 em cada 7 pessoas está associada a uma cooperativa, seja do ramo agropecuário, financeiro, habitacional, entre outros. As cooperativas agropecuárias concentram 75% da capacidade de armazenagem no Brasil. Na última safra, quase 20 milhões de toneladas de grãos passaram pelas cooperativas gaúchas.
“As cooperativas do RS cresceram 24% no ano passado, fruto principalmente do aprimoramento na gestão”, conta o Presidente da Fecoagro/RS, Paulo Pires. Segundo ele, o setor cooperativista está cada vez mais preparado tecnicamente para não repetir os erros do passado, que levaram muitas cooperativas a encerrar as atividades. “Não podemos deixar que as empresas de insumos decidam o quê e como o nosso produtor vai plantar. Se o produtor vai mal, a cooperativa fecha as portas. Por isso este movimento para qualificar os quadros das cooperativas. O comércio de insumos é importante para o caixa da cooperativa, mas o fundamental é a agronomia. O critério técnico precisa estar bem fundamentado para garantir a tranquilidade e confiança do nosso cooperado”, afirma Pires.
Para o Gerente Técnico da OCB, Paulo Cesar Dias do Nascimento Junior, o programa de capacitações está sempre superando as expectativas: “Além do crescimento técnico, os dirigentes das cooperativas têm nos relatado o impacto emocional nos profissionais participantes da capacitação. Os técnicos voltam para o trabalho mais entusiasmados, com motivação para implantar os conhecimentos no campo”, conta Paulo. Ele lembra que o convênio Embrapa-OCB-Sescoop abrange as unidades da Embrapa Trigo, Soja e Gado de Leite. O projeto com a Embrapa Milho e Sorgo foi assinado agora e as ações deverão iniciar no próximo ano.
Os 25 agricultores cooperativistas foram trazidos por dez técnicos das cooperativas Camnpal, Coagril, Coagrisol, Coopatrigo, Cotribá, Cotricampo, Cotriel, Cotrisal e Coasa.
O próximo módulo da capacitação na cadeia produtiva de cereais de inverno terá como tema “Implantação e manejo de cultivos anuais produtores de grãos” e acontece de 27 a 29 de agosto, na Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS. A turma 2019 conta com 40 participantes. (Fonte: Embrapa Trigo)
Brasília (22/8/19) – O Plenário do Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (21/8), a Medida Provisória (MPV) 881/2019, que trata da liberdade econômica e simplifica os procedimentos burocráticos que, atualmente, geram entraves para o empreendedorismo. O texto segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.
A medida provisória trouxe o reconhecimento da importância do cooperativismo para o desenvolvimento do país e estendeu às cooperativas o mesmo tratamento conferido aos demais modelos societários que terão o registro simplificado para abertura e fechamento de empresas nas Juntas Comerciais.
A OCB vem trabalhando com o tema desde março, no âmbito MPV 876/2019, que tratou da simplificação da abertura de empresas. Inicialmente a proposta proibia expressamente o registro automático das cooperativas nas Juntas Comerciais. A extensão do registro simplificado às cooperativas foi contemplada, após articulação da OCB com o diretor do Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI), André Luiz Santa Cruz, com o relator da MP 876, deputado Áureo Ribeiro (RJ), com o presidente da Comissão Mista, senador Jorginho Mello (SC), e com apoio do presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado Evair de Melo (ES). Com a perda da eficácia da MPV 876, esse texto foi incluído no parecer da Comissão Mista da MPV 881/2019.
Para que o deferimento automático nas Juntas Comerciais entre em vigor, após a sanção, será necessária a adoção de atos constitutivos e de fechamento padronizados. A OCB está trabalhando em conjunto com o DREI para elaboração dos documentos padronizados, que têm como base cases de sucesso das unidades estaduais.
Outros pontos trazidos pela MP:
- Substituição do eSocial por novo sistema simplificado;
- Extinção de alvarás e licenças para atividades de baixo risco;
- Preservação da autonomia da vontade, prestigiando atos e contratos dos particulares, ou seja, segurança jurídica nas relações e intervenção mínima do Estado;
- Afastamento de normas infralegais desatualizadas;
- Efeito vinculante em decisões administrativas de liberação e in dubio pro libertate, com regra de interpretação;
- Proibição de exigências, como definição de preços, sem previsão em lei;
- Vedação de emissão de certidões com prazo de validade sobre fatos imutáveis;
- Positivação de conceitos afetos à desconsideração de personalidade jurídica;
- Carteira de trabalho digital;
- Imunidade burocrática para atividade econômica de inovação;
- Vedação da emissão de certidões com prazo de validade sobre fatos imutáveis;
- Afastamento do abuso regulatório; e
- Obrigatoriedade de Análise de Impacto Regulatório (AIR) para novos normativos.
Brasília (21/8/19) – Imagine reunir, em um único local, os legítimos representantes de todas as cooperativas do Brasil, das Américas e do mundo. Pois esse grande encontro ocorreu durante o 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC) que contou com as presenças do presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Ariel Guarco, porta-voz do nosso movimento em todo o mundo; da presidente da ACI Américas, Graciela Fernandez, representante das cooperativas do nosso continente, e do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, responsável pelas quase sete mil cooperativas brasileiras. O trio participou da abertura do CBC, evento que sempre deixa marcas em nosso movimento.
Basta dizer que a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) nasceu durante um desses congressos, em 1969. De lá para cá, muitas mudanças aconteceram, não apenas dentro do sistema cooperativista brasileiro, mas em todo o mundo. E é justamente sobre essas transformações e sobre as oportunidades abertas para o cooperativismo no Brasil, nas Américas e no mundo que trata esta entrevista, concedida com exclusividade para a Saber
Cooperar. Confira:
De que maneira começou a sua história pessoal com o cooperativismo?
Márcio Lopes de Freitas – Eu nasci dentro do cooperativismo. O meu avô foi presidente de cooperativa. O meu bisavô foi incentivador do movimento durante a Segunda Guerra. Meu pai foi presidente de cooperativa, meu irmão é presidente de cooperativa... A minha história se confunde com o cooperativismo. Na minha casa se falava muito sobre a filosofia.
O meu pai sempre foi uma pessoa muito focada nos princípios do cooperativismo e trabalhou muito nisso. Então, foi um caminho natural para mim. Quando cresci, ajudei a fundar uma nova cooperativa, em um setor diferente da cooperativa do meu pai e do meu irmão. Eu sempre me senti muito à vontade com a doutrina. Isso faz parte do meu DNA: essa visão da economia compartilhada, da decisão democrática, da equidade.
Ariel Guarco – Estou em contato com o cooperativismo desde meus primeiros anos de vida. Ainda muito pequeno, acompanhava minha mãe ao seu trabalho na Cooperativa Eléctrica de Coronel Pringles, a cidade onde nasci e moro, na Província de Buenos Aires, Argentina. Pouco a pouco, me envolvi na vida da cooperativa e, quando jovem, comecei a participar de diferentes atividades.
Eu sempre digo que o cooperativismo é um modo de vida. Depois de muitos anos de participação – nos quais me envolvi cada vez mais –, reafirmo isso. As cooperativas são organizações construídas a partir de e para as comunidades, estão enraizadas em seus territórios e constroem uma economia solidária, inclusiva e democrática, onde ninguém é deixado para trás.
Graciela Fernandez – Descobri o cooperativismo há 30 anos. Iniciei minha vida profissional dentro do Centro de Cooperativismo Uruguai, um centro de desenvolvimento e cooperação que promove o cooperativismo em meu país. Todas as experiências importantes do cooperativismo uruguaio começaram ali. Eu fazia parte da equipe e minha função era assessorar e viajar pelo interior, conhecendo as fazendas e dando apoio aos cooperados para que eles pudessem entender melhor o espírito do cooperativismo. Logo me encantei pela visão de negócios do sistema cooperativo, que é muito especial. Primeiro porque é uma visão coletiva. Não está centrada no ganho individual. É democrática e formal, regida por um estatuto, que é a lei. Temos um capital, defendemos um capital, mas as decisões são democráticas, coletivas.
Quais são os desafios do cooperativismo para a próxima década no Brasil, nas Américas e no mundo?
Márcio Freitas – Eu sou otimista em relação ao futuro do cooperativismo no Brasil. Acho que vamos continuarem um processo de evolução. Precisamos preparar nosso modelo de negócio para surfar a onda das novas tecnologias da informação. As mudanças vão vir e temos de estar preparados. Resiliência e não resistência. O momento que vivemos hoje, com investimentos em capacitação, em modelos de governança, em processos de autogestão e monitoramento, nos põe em posição de surfar essa onda.
Ariel Guarco – Para a América Latina, o sistema de trabalho será um grande desafio. As cooperativas também precisam ocupar o terreno da tecnologia. No Uruguai, estamos realizando um projeto chamado “Inovacoop”, com o governo federal, no qual apoiamos incubadoras de suas ações. Eles fazem isso colocando a pessoa e o meio ambiente como prioridades. Tudo isso contribui para construir sociedades mais justas e equilibradas.
Graciela Fernandez – As cooperativas têm abastecido com crédito as parcelas da população que mais precisam: pessoas que se viram desempregadas pela redução das vagas de trabalho; mulheres; trabalhadores de baixa renda. Foi nas cooperativas de consumo que nasceram as cooperativas de trabalho, que dão sustento a milhares de famílias da agricultura familiar, inclusive dando base técnica e política para que elas possam até participar de compras públicas. As cooperativas de seguro também têm sido um grande apoio para a população, que anda às voltas com problemas climáticos que afetam a produção de alimentos. Esses são apenas alguns exemplos. Eu acredito que as cooperativas são uma ferramenta muito importante para o desenvolvimento. E acredito que o futuro seria bem melhor se nós cooperássemos uns com os outros, em todos os sentidos. Afinal, somos uma grande família, e o futuro é agora.
A maneira como o mundo vê o papel das cooperativas mudou nos últimos 10 anos?
Márcio Freitas – Tem mudado e vai mudar sempre, mas nos últimos 10 anos foi mais intenso, como foram todas as mudanças no tecido da sociedade global. Uma cooperativa é uma aglomeração de gente, e eu insisto nisso porque essa é a grande diferença. Como é uma aglomeração de pessoas, ela muda com as pessoas. Acho que nos últimos anos – principalmente em 2008, com a crise global de confiança – acelerou-se muito o cooperativismo, que tornou-se um porto seguro para a sociedade. As cooperativas tornaram-se um mitigador dos efeitos da crise. A prova mais clara é que nos países onde elas são mais estruturadas, a crise foi menor. O mundo todo reconheceu isso numa assembleia das Nações Unidas, e eu tive o orgulho de estar presente.
Ariel Guarco – É exatamente isso. As cooperativas são sempre um bom modelo de negócios, mas em tempos de grandes crises tornam-se mais visíveis como opção. Isso ficou muito claro após a crise global desencadeada em 2008. Foi demonstrado que as cooperativas tinham muito mais capacidade de recuperação para superar as consequências da crise, que poderiam manter empregos e ainda crescer. Hoje, na ACI, valorizamos todo o capital social que as cooperativas têm em todo o mundo e nos tornamos um elo central na Agenda 2030. Somos aliados do sistema das Nações Unidas e compartilhamos com a Organização Internacional do Trabalho a preocupação com o futuro do trabalho. O próprio diretor da OIT reconhece que as cooperativas são verdadeiras incubadoras das novas formas de trabalho que o mundo precisará nos próximos anos.
Graciela Fernandez – O mundo globalizado afetou a sociedade e esta é uma etapa da história das mais fortes. O mundo passa por um grande momento de desenvolvimento para o qual as cooperativas têm de se preparar. Muitos alegaram que o cooperativismo desapareceria com o aumento do individualismo, mas, na realidade, o que aconteceu foi um crescimento das ideias mais básicas do cooperativismo. O cooperativismo tornou-se uma alternativa para os excessos da globalização. Tanto assim que as organizações internacionais utilizam o nosso idioma e a nossa palavra-chave: cooperar.
Texto extraído da revista Saber Cooperar
Brasília (14/08/19) - Garantir um tratamento tributário adequado às cooperativas na Reforma Tributária. Representantes do Sistema OCB e da diretoria da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) se reuniram na manhã desta quarta-feira, na sede da OCB, para debater a sugestão de um texto que contemple a realidade do setor e seja incluído na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, a Reforma Tributária.
A ideia é garantir, com essa emenda, que as especificidades do modelo de negócio cooperativista sejam respeitadas sem atrelar diretamente ao conceito de ato cooperativo. Além disso, deixar expressa a não incidência de tributos na cooperativa e sim no cooperado, que é beneficiário final, o que evitaria a incidência de tributação em duplicidade. Outro ponto importante é defender que a relação entre cooperado e cooperativa não tenha uma carga tributária maior do que aquela que incidiria em outros tipos de formatos societários ou se ele operasse individualmente no mercado.
Participaram da reunião, pelo Sistema OCB, o presidente Márcio Freitas e os presidentes das unidades estaduais de São Paulo e do Paraná, Edivaldo Del Grande e José Roberto Ricken, respectivamente. Pela Frencoop, estiveram presentes os deputados Evair de Melo (PP/ES), Celso Maldaner (MDB/SC), Schiavinato (PP/PR), Leandre (PV/PR), Sergio Souza (MDB/PR), Domingos Sávio (PSDB/MG), Zé Vitor (PMN/MG), Alceu Moreira (MDB/RS) e Darci de Matos (PSD/SC), e o senador Luis Carlos Heinze (PP/RS).
Debates na Comissão Especial
A PEC 45/2019, apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB/SP), pretende simplificar o sistema tributário nacional com a extinção de três tributos federais (IPI, PIS e Cofins), um estadual (o ICMS) e um municipal (o ISS), todos incidentes sobre o consumo. No lugar, propõe criar um tributo sobre o valor agregado, chamado de Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), de competência dos três entes federativos, e outro sobre bens e serviços específicos (Imposto Seletivo), de competência federal.
Na Comissão Especial, o relator da matéria, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), apresentou o plano de trabalho propondo seminários nas cinco regiões do país, ainda sem datas definidas, e oito audiências públicas, sempre às terças-feiras a partir do próximo dia 20. Por meio de requerimento apresentado pelo deputado Celso Maldaner, o Sistema OCB será incluído em uma das audiências para apresentar os impactos da reforma para as cooperativas.
Além da Reforma Tributária, outra pauta prioritária no Congresso Nacional voltou à tona com a retomada dos trabalhos semana passada: a Reforma da Previdência. A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados e já começou a ser debatida no Senado Federal.
A Frencoop
Composta ao todo por 268 deputados e 38 senadores, a Frencoop tem a missão de pautar os temas de interesse do cooperativismo no Congresso, divulgando e defendendo as principais ações para o desenvolvimento do setor no país.
Tem o principal objetivo de garantir um ambiente favorável para que o cooperativismo possa se desenvolver. Isso pode ocorrer por meio de votações de projetos no Poder Legislativo ou no processo de formulação de normativos e de políticas públicas do governo. Periodicamente, a Diretoria Executiva da OCB se reúne com a Diretoria da Frencoop, em Brasília, para definir prioridades.
Para ver as fotos da reunião da Frencoop, acesse nosso Flickr:
https://www.flickr.com/photos/sistemaocb/albums/72157710307730202
A OCB está apoiando o Departamento de Cooperativismo e Acesso a Mercados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na organização de uma missão comercial des cooperativas agropecuárias do Mercosul a Israel. A viagem acontecerá entre os dias 25 e 29 de novembro e contará com a participação de dirigentes cooperativistas e representantes dos governos da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Liderada pelo Secretário Nacional de Agricultura Familiar e Cooperativismo. O objetivo da missão é fomentar o aumento das exportações das cooperativas do Cone Sul ao mercado israelense.
O roteiro contemplará encontros de negócios e visitas técnicas em Jerusalém, Tel Aviv e Haifa. A delegação participará do Pavilhão do Brasil na feira internacional Israfood, maior do segmento de alimentos do país. A feira recebeu em 2018 cerca de 20 mil visitantes e espera repetir o número em 2019. A Israfood reúne em seu espaço ampla oferta de produtos alimentícios como carnes, café e frutas, produtos exportados pelas cooperativas brasileiras. A comitiva será também recebida por órgãos governamentais, tradings, câmaras de comércio e empresas de logística internacional. A programação completa pode ser acessada em: e as inscrições estão abertas até o dia 31 de agosto.
Esta será a segunda missão conjunta organizada no âmbito da Reunião Especializada de Cooperativas do Mercosul, entidade que integra as cooperativas do bloco econômico. Em 2018, uma missão comercial de cooperativas foi organizada à África do Sul, Botsuana e Namíbia, países membros da União Aduaneira da África Austral, organismo internacional com o qual o Mercosul possui um acordo de livre comércio. Os resultados positivos da missão estão disponíveis em um vídeo gravado pelos participantes: https://www.youtube.com/watch?v=1lCNu1C9gZU. Além de promover os negócios internacionais das cooperativas do Mercosul, as iniciativas têm também o objetivo de integrar os movimentos cooperativistas dos quatro países.
Custos da participação
Cada participante deverá se responsabilizar pelas despesas de viagem, hospedagem e alimentação. O Ministério da Agricultura do Brasil providenciará o serviço de transporte terrestre e tradução simultânea durante as reuniões em Israel. Já o Pavilhão Brasil na Israfood contará com estrutura completa, incluindo recepcionistas bilíngues, catálogo institucional e mobiliário para preparação e exposição de produtos, bem como para reunião com os potenciais compradores.
Informações e esclarecimentos: (61) 3217-2142 e
Brasília (9/8/19) – O Distrito Federal conta com mais de 197 mil cooperados, organizados em 66 cooperativas legalmente registradas na Organização das Cooperativas do DF (OCDF). Atuando em seis ramos diferentes – como crédito, agricultura e educação –, o setor responde por parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) da entidade federativa. Visando a impulsionar a atividade cooperativista no DF, a Câmara Legislativa lançou na manhã desta sexta-feira (9) a Frente Parlamentar do Cooperativismo do DF.
Durante a abertura da solenidade, o deputado Roosevelt Vilela lembrou que a origem do cooperativismo "remonta ao momento em que o ser humano começou a se organizar". Ao apontar o crescimento da atuação cooperativista, o distrital destacou: "O Estado não consegue suprir todas as necessidades da sociedade; por exemplo, a geração de empregos. É preciso fortalecer a iniciativa privada, e seu ápice é o cooperativismo". Vilela afirmou, ainda, que a Câmara Legislativa deve ser uma "caixa de som" da sociedade, reverberando as suas necessidades. "O sistema de cooperativas é uma realidade, e a Frente Parlamentar vai trabalhar por ele", frisou.
UNIÃO E FORÇA
O deputado Leandro Grass também fez questão de ressaltar o compromisso do colegiado em prol do cooperativismo: "O objetivo da Frente é unir forças para fortalecer a causa". O distrital elogiou o caráter solidário da atuação cooperativista, que movimenta a economia reduzindo desigualdades sociais. Nesse sentido, Grass fez referência, em especial, às cooperativas de catadores: "Elas cumprem o papel de promover o desenvolvimento sustentável e o processo de inclusão, principalmente de mulheres".
LEI DO COOPERATIVISMO
À frente do Sistema OCDF, Remy Gorga Neto considerou a inauguração da Frente Parlamentar um marco para o setor. Ele aproveitou para pedir atenção especial à necessidade de lei específica para o cooperativismo local.
IMPULSO
Por sua vez, o superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, disse acreditar que a Frente vai ajudar a superar dificuldades do segmento no DF e impulsionar a atividade. De acordo com ele, o Congresso Nacional conta com uma frente parlamentar similar desde 1986 e, em 2018, a OCB monitorava a tramitação de 1.415 projetos tratando de cooperativismo e assuntos correlatos.
Durante o evento, Nobile recebeu em nome do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, uma moção de louvor da CLDF. A homenagem foi feita pelo deputado distrital Roosevelt Vilela.
“Nós temos convicção de que o cooperativismo vai potencializar cada vez mais o desenvolvimento do Distrito Federal, do Brasil e do mundo, por sua capacidade de promover justiça, equilíbrio e felicidade para a comunidade onde está inserido”, enfatizou Renato Nobile, superintendente do Sistema OCB.
DEMANDAS
Ainda na abertura da sessão solene, o deputado Roosevelt Vilela defendeu a presença de representante do cooperativismo na Junta Comercial do DF. Ao longo da solenidade, outros participantes também sinalizaram demandas relativas ao segmento. O secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Dilson de Almeida, adiantou ser preciso avançar para aumentar o acesso a crédito para produtores rurais. E Miguel de Oliveira, presidente do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob Planalto Central), apontou o que chamou de "anomalias" existentes no DF: "Aqui o servidor público não pode receber por cooperativas de crédito, por exemplo. Isso só acontece no DF".
Para saber, na íntegra, como foi a solenidade, clique aqui.
(Com informações do Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa)
Toda cooperativa já nasce com algumas marcas inerentes ao nosso DNA: qualidade, força e integridade são algumas delas. Outras características são desenvolvidas com o tempo, como a excelência da gestão, a eficácia dos processos e a habilidade de olhar de maneira estratégica e sustentável para a condução dos negócios. E é para ajudar o cooperativismo a evoluir nesses últimos aspectos que contamos com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) – serviço social autônomo, com personalidade jurídica de direito privado, instituído a partir da Medida Provisória nº 1.715/98, e respectivas reedições.
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Em atividade desde 1999, o Sescoop foi criado para aperfeiçoar a governança, a gestão e as atividades de responsabilidade socioambiental das cooperativas brasileiras. Até então, nosso modelo de negócios avançava de forma intuitiva, sem um modelo de governança e planejamento estratégico estruturados. Com o lançamento do “S” cooperativista, o governo federal e as cooperativas brasileiras esperavam alcançar um novo patamar de gestão e profissionalização da base de cooperados e colaboradores. Mas será que isso de fato aconteceu? Para discutir os reais impactos do Sescoop no cotidiano das cooperativas brasileiras, entrevistamos dois profissionais da Lei: o ex-ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU) Valdir Simão, que também já ocupou o cargo de ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão (2015-2016); e o assessor jurídico do Sescoop, Aldo Leite.
Saber Cooperar: O que mudou para as cooperativas brasileiras após a criação do Sescoop?
Valdir Simão: A partir da criação do Sescoop, o sistema cooperativista passou a contar com um instrumento para a promoção da cultura cooperativista e para a formação profissional e desenvolvimento gerencial das cooperativas e seus associados. Investindo fortemente em estratégia e na integração do sistema, o Sescoop vem pavimentando o caminho para o desenvolvimento contínuo do modelo cooperativista brasileiro, que apresenta índices de crescimento surpreendentes.
Aldo Leite: Antes da criação do Sescoop, os empreendimentos cooperativos não tinham o suporte adequado e específico para suas necessidades de aperfeiçoamento da gestão e capacitação de seus empregados. A depender do ramo de atuação, elas tinham de buscar ajuda em diversas outras instituições – públicas ou privadas – que não compreendiam muito bem a essência e os princípios cooperativistas, como a autogestão e a estrutura de governança própria das cooperativas. O Sescoop mudou esse quadro e passou a desempenhar um papel importantíssimo na oferta de soluções para a sustentabilidade do nosso modelo de negócios.
SC: No atual contexto de reformas políticas e econômicas, qual seria o principal desafio do Sescoop?
V.S: As cooperativas têm, em seu DNA, o empreendedorismo. A formação de profissionais com essa característica é fundamental para o nosso desenvolvimento econômico e para a diminuição da dependência estatal. E esse é justamente um dos objetivos estratégicos do Sescoop: capacitar pessoas. Ao participar de vários segmentos da economia nacional, o sistema cooperativista contribui para estimular a produtividade e competitividade, em prol do consumidor e do país.
A.L: A economia brasileira está passando por um processo de ressignificação. Diversos processos estão sendo reestruturados e a qualificação profissional é o eixo motor desse processo. Nesse sentido, o Sescoop pode contribuir significativamente para o crescimento e aumento da importância das cooperativas na economia brasileira, criando novas oportunidades de geração de renda e trabalho para a população.
SC: E em relação à melhora da eficiência e da gestão das cooperativas, qual é o papel desempenhado pelo Sescoop?
V.S: O papel é central, de identificação e disseminação de boas práticas de gestão e formação de pessoas, o que garante eficiência e entrega de bons resultados.
A.L: O Sescoop detém papel importantíssimo na melhoria da gestão e da governança dos empreendimentos cooperativos, ajudando inclusive na projeção das cooperativas brasileiras no cenário econômico nacional e internacional. Fazemos isso por meio de programas próprios de capacitação – como o Programa de Desenvolvimento da Gestão Cooperativa (PDGC) –, mas também por intermédio de parcerias firmadas com diversos atores nacionais – como Banco Central do Brasil, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Fundação Unimed, Fundação Sicredi, entre outros. Também firmamos parcerias voltadas para o fortalecimento do cooperativismo com atores internacionais, a exemplo da Organização das Nações Unidas (Onu), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), da Confederação Nacional das Cooperativas da Alemanha (DGRV), entre outros.
SC: Existe diferença entre a chamada “governança cooperativista” e a governança corporativa das empresas tradicionais?
V.S: Governança, gestão de riscos e controles são ferramentas essenciais para organizações de qualquer natureza, públicas ou privadas, de fins lucrativos ou não. Os princípios da boa governança aplicados em empresas privadas devem ser aplicados também nas cooperativas, para garantir um processo decisório equilibrado, transparência e accountability.
A.L: Não obstante os princípios aplicáveis às boas práticas de governança e gestão, sejam universais, transversais e essenciais, temos de ter a clareza: enquanto o modelo de governança corporativa visa atender aos interesses dos sócios ou acionistas das sociedades empresarias em geral, a governança cooperativista é um modelo de direcionamento estratégico fundamentado nos valores e princípios cooperativistas. Portanto, tem um impacto mais positivo no ambiente no qual está inserido, pois visa garantir a execução dos objetivos sociais e assegurar a gestão das cooperativas de modo sustentável, e em consecução com os interesses dos associados. As boas práticas da governança cooperativista – além de seguir os princípios gerais e as boas práticas de governança e gestão – observam princípios próprios, entre os quais ressalto a autogestão, bem como diversos outros regramentos próprios disciplinados na própria Lei nº 5.764/71. Além disso e a depender do ramo de atuação, observam-se regras/resoluções de agentes públicos normalizadores, a exemplo do Banco Central, para as instituições financeiras cooperativas e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para as cooperativas de saúde. Por isso o Sescoop fomenta tão fortemente o aperfeiçoamento e as boas práticas de governança e gestão nas cooperativas. Acreditamos que essas boas práticas ajudarão no avanço e no fortalecimento das cooperativas e, com isso, a comunidade em volta da cooperativa também será beneficiada.
SC: Todos os anos, o Sescoop realiza a capacitação técnica de milhares de cooperados e trabalhadores de cooperativas. Na sua opinião, a forma de atuação e disponibilização dessas informações está satisfatória? Em que é possível melhorar?
V.S: É satisfatória, mas sempre é possível melhorar, com olhar voltado para as novas tecnologias e para as necessidades do mercado, em constante evolução.
A.L: Sabemos que a atuação e disponibilização das informações, em qualquer instituição, precisam estar em constante processo de evolução e interconexão. As ferramentas e os resultados obtidos pelo Sescoop precisam ser mais bem divulgados à sociedade. Temos muito a contribuir com a sociedade e a economia brasileiras, e precisamos divulgar melhor nossas ações.
SC: Sabemos que toda e qualquer organização, seja privada ou pública, pode e deve otimizar recursos e revisitar seus custos periodicamente. Na sua opinião, como o Sescoop pode melhorar nesse sentido?
V.S: Inovando e refletindo continuamente sobre o seu modelo de atuação, para identificar novas formas de atuação, em especial com a utilização de tecnologia, bem como para gerar sinergia na utilização dos recursos e das estruturas de cada unidade de negócio.
A.L: Como já dito, toda e qualquer organização, seja ela pública ou privada, deve promover e incentivar a otimização de seus recursos. E o Sescoop já vem trabalhando nessa tônica há alguns anos. Criamos, por exemplo, um centro de serviços compartilhados que centralizou na unidade nacional, em Brasília, os serviços de processamento da folha de pagamento e contabilidade dos estados. Com isso, conseguimos liberar as equipes das unidades estaduais, que são reduzidas, para se dedicarem ao atendimento das cooperativas. Destaco, ainda, que outras iniciativas estão em processo de reflexão e discussão interna. Estamos, inclusive, dialogando com alguns ministérios do novo governo, no sentido de estruturar uma cadeia de formação e qualificação profissional que fomente a sustentabilidade, colocação ou recolocação profissional dos trabalhadores de cooperativas.
SC: Quais são as expectativas para o Sescoop e para as nossas cooperativas nos próximos anos?
V.S: Tenho confiança que o sistema continuará crescendo de forma sustentável. O cooperativismo já é compreendido pela sociedade e pelos governos como modelo de negócio capaz de gerar valor aos associados e produzir bens e serviços de qualidade. Também gera oportunidade de entrada no mercado de trabalho para aqueles que pretendem desenvolver determinada atividade econômica, mas dependem de algum tipo de cooperação para isso. Esse desenvolvimento contínuo tem como motor propulsor o Sescoop, seja na formação profissional ou na qualificação gerencial das cooperativas.
A.L: Minhas expectativas para o Sistema Cooperativista Nacional são as melhores possíveis, já que é visível e significativo o crescimento e participação das cooperativas no cenário econômico nacional e internacional. O mundo tem buscado alternativas para um crescimento consciente e sustentável. E cada vez mais, pessoas e organizações engajam-se nesse propósito. Segundo estudo da Nielsen Global de Responsabilidade Social Corporativa, 66% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços advindos de instituições/empresas comprometidas com impacto social e ambiental positivos. E o cooperativismo é uma alternativa extremamente conectada, desde o início, com esse tema e com seus princípios, já que estamos falando de adesão livre e voluntária, gestão democrática, intercooperação, interesse pela comunidade, entre outros temas. Especificamente em relação ao Sescoop, posso afirmar com a certeza de quem trabalha há 10 anos no Sistema S: fazemos muita diferença na vida dos dirigentes, cooperados e empregados das cooperativas. Os números de crescimento do cooperativismo são fruto direto da atuação do Sescoop na melhoria da gestão e governança das cooperativas.
Brasília (8/8/19) – O Índice de Confiança do Agronegócio (IC-Agro) deste 2º trimestre ficou em 111,3 pontos, praticamente estável em relação ao trimestre anterior (111,9 pontos). Pela primeira vez, os resultados permanecem acima de 110 pontos por três trimestres consecutivos. O índice não fecha abaixo de 100 pontos – na faixa considerada pessimista pela metodologia do estudo – há um ano. A última vez em que isso aconteceu foi no 2º trimestre de 2018. O IC-Agro é um indicador medido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
O período de entusiasmo começou com a melhora das expectativas em relação à economia brasileira a partir do último trimestre de 2018, frente a agenda de reformas do novo governo e, desde então, vem se sustentando, mesmo que a recuperação econômica avance mais lentamente do que o esperado. Pesam para o resultado positivo tanto a percepção de que o agronegócio está entre as prioridades do executivo federal, quanto fatores mais concretos, como a boa produtividade das principais lavouras na safra que está encerrando.
Apesar da queda de 1,0 ponto no Índice de Confiança da Indústria (Antes e Depois da Porteira) no 2º trimestre (112,6 pontos), o resultado ainda representa a terceira melhor marca da série histórica. Vale destacar que neste período, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) promoveu as audiências públicas em torno da nova tabela de preços mínimos para os fretes, o que dava alguma esperança às preocupações das empresas quanto ao encarecimento dos custos de transporte e à insegurança jurídica.
Entretanto, é importante ressaltar que este levantamento não captou os novos desdobramentos referentes ao tema, como a suspensão cautelar da resolução da ANTT que trata da aplicação da nova tabela para cálculo do piso mínimo de transporte de cargas, apenas dois dias depois da sua publicação. “Com isso, o país volta a sofrer com a insegurança jurídica trazida pela falta de solução para a questão do tabelamento do frete. As ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) sobre a tabela serão avaliadas em 4 de setembro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e a decisão sobre o tema influenciará os ânimos de produtores, indústrias e cooperativas para a próxima tomada”, observou Roberto Betancourt, diretor-titular do departamento do agronegócio da Fiesp.
As empresas de insumos agropecuários (Antes da Porteira) compõem o segmento no qual o otimismo aumentou de forma mais relevante do 1º para o 2º trimestre. Seu Índice de Confiança cresceu 3,2 pontos, chegando a 118,4 pontos. “Apesar de uma perda de entusiasmo com as condições atuais, as expectativas melhoraram no final do segundo trimestre, quando as vendas de fertilizantes e de defensivos agrícolas, até então atrasadas em relação às safras anteriores, começaram a avançar, reacendendo a expectativa de crescimento no mercado em 2019”, apontou Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Dados da pesquisa mostram ainda que o Índice de Confiança das empresas que atuam Depois da Porteira chegou a 110,1 pontos, ainda num patamar otimista, apesar da queda de 2,8 pontos em relação ao 1º trimestre do ano. Os obstáculos para uma efetiva recuperação da economia brasileira pesaram para que essas empresas ficassem um pouco menos otimistas. As projeções de crescimento do PIB em 2019, importantes para a expansão da demanda desse elo da cadeia, cai semana após semana desde o início do ano – essas estimativas passaram de 2,5% em janeiro para 0,8% no fim de julho.
“Além disso, no momento em que as entrevistas foram realizadas, ainda havia dúvidas sobre a o montante economizado com a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados – a aprovação em primeiro turno só aconteceu no início de julho”, completou Betancourt.
Os produtores agropecuários mantiveram as expectativas em linha com a pesquisa passada. O Índice de Confiança permaneceu em 109,5 pontos, o mesmo resultado do trimestre anterior. A avaliação sobre os custos de produção foi um dos aspectos que impediram um aumento no nível de otimismo.
Houve alta de 1,0 ponto para o Índice de Confiança do Produtor Agrícola, que chegou a 111,6 pontos. “O otimismo foi puxado em parte pela melhora dos preços das principais commodities agrícolas ao longo do 2º trimestre – uma consequência direta da quebra de safra nos Estados Unidos devido às dificuldades causadas pela chuva no período de plantio, em maio e junho” avaliou Freitas.
Outro fator positivo foi o bom desempenho das lavouras brasileiras de milho safrinha, favorecido por condições climáticas próximas das ideais durante todo o período de desenvolvimento. Poderia haver mais entusiasmo se não fosse a perda de confiança com relação aos custos de produção – atualmente num dos patamares mais pessimistas desde que o índice começou a ser medido. Isso ocorreu especialmente no caso dos fertilizantes, cujos preços não caíram como esperavam os produtores.
Piorou também a percepção a respeito do crédito rural. Boa parte das entrevistas foi realizada antes do Ministério da Agricultura divulgar o Plano Safra, num período em que era esperado um eventual aperto no crédito. No final das contas, o montante de recursos disponível se manteve praticamente igual ao da temporada passada, com juros um pouco mais altos.
Entre os pecuaristas, a confiança caiu 2,8 pontos, chegando a 103,3 pontos. Embora seja o menor nível dentre todos os segmentos pesquisados, é a primeira vez que o índice dos produtores pecuários se mantém otimista por três trimestres consecutivos. Uma das razões para isso é uma relativa melhora nos preços, numa tendência de alta desde meados do ano passado. Isso acontece tanto na pecuária de leite quanto na de corte, apesar de um recuo momentâneo nas cotações no início do segundo trimestre após as exportações para a China terem sido suspensas temporariamente devido à identificação de um caso atípico de encefalopatia espongiforme transmissível (BSE) no Mato Grosso.
Porto Alegre (6/8/19) – A China habilitou 24 estabelecimentos brasileiros para exportação de produtos lácteos, com destaque para as cooperativas CCGL (Cruz Alta/RS), Dália Alimentos (Encantado/RS) e Cosulati (Capão do Leão/RS). A certificação estava acordada com o país asiático desde 2007, mas não havia nenhuma planta brasileira habilitada a exportar. Os chineses são os maiores importadores de produtos lácteos do mundo. Entre os produtos que poderão ser vendidos estão leite em pó, queijos e leite condensado.
Com a abertura do mercado chinês, a Viva Lácteos – Associação Brasileira de Laticínios estima exportar US$ 4,5 milhões em produtos lácteos. Em 2018, os chineses importaram, por exemplo, 108 mil toneladas em queijos, com um crescimento médio anual de 13% nos últimos cinco anos. O setor lácteo brasileiro exportou, no ano passado, para mais de 50 destinos.
Segundo o General Administration of Customs (China), a lista dos estabelecimentos habilitados inclui seis plantas industriais no Rio Grande do Sul. Entre elas, a Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) está habilitada a exportar leite em pó e creme de leite, enquanto a Cooperativa Dália Alimentos e a Cosulati estão credenciadas a exportar leite em pó.
A Cooperativa Dália Alimentos possui um Complexo Lácteo em Palmas, no município de Arroio do Meio, às margens da ERS-130. De acordo com o presidente executivo da Cooperativa, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, é preciso que o país se apresente de forma competitiva em relação ao mercado internacional e isso significa dispor de um produto de qualidade e com custo compatível.
“A indústria e os produtores, ao longo do tempo, vêm trabalhando para a redução dos custos de produção, mas o governo também precisa atuar, especialmente em relação à redução da carga tributária, tanto sobre os insumos quanto sobre o produto final, além de introduzir soluções para os problemas de infraestrutura”.
“Independente de tudo, a abertura do mercado chinês para os produtos lácteos brasileiros é a melhor notícia dos últimos anos e a Cooperativa Dália Alimentos está apta e preparada para essa oportunidade”, afirma Freitas. Para o presidente do Conselho de Administração da Dália Alimentos, Gilberto Antônio Piccinini, a notícia foi recebida com entusiasmo e, ao mesmo tempo, surpresa.
“Possuímos uma planta de lácteos moderna e com habilitação para vários países. Contudo, precisamos entender que se trata apenas de uma possibilidade e que longas etapas deverão ocorrer até que, de fato, a exportação do leite em pó venha a ocorrer. Certamente serão realizadas missões chinesas para visitação à indústria. A notícia é recente, mas acreditamos ser uma oportunidade para a abertura de novos mercados. Como produtores de leite e como cooperativa, estamos felizes. Mas trata-se de um longo caminho a percorrer”, complementa Piccinini. (Com informações do Mapa e Assessoria de Imprensa